Entre a Violência e a Repressão: O Estado da Liberdade de Imprensa no Mundo



Por ocasião do Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, assinalado a 2 de novembro, o Governo espanhol reafirmou o seu "firme" compromisso com a proteção dos jornalistas e a defesa de uma imprensa livre, considerando-a um pilar essencial da democracia. Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol sublinhou que sem profissionais da comunicação social que possam trabalhar sem medo de represálias e sem acesso a informação fiável, "não há transparência e não há democracia autêntica". Espanha manifestou ainda o seu apoio aos mecanismos internacionais de proteção da liberdade de imprensa e à responsabilização dos que cometem crimes contra jornalistas.
O cenário global para os profissionais da comunicação é alarmante.
Segundo a Campanha Emblema de Imprensa (PEC), 153 jornalistas foram assassinados em todo o mundo nos primeiros dez meses de 2025, um número recorde.
As zonas de conflito armado são as mais perigosas, sendo responsáveis por dois terços das mortes. A Faixa de Gaza lidera as estatísticas com 57 jornalistas mortos, seguida pela Ucrânia e pelo Iémen, com onze mortes em cada país.
No Iémen, a missão da União Europeia condenou a violência contra os jornalistas e exigiu a libertação imediata dos profissionais detidos pelos rebeldes hutis, uma situação também denunciada pela organização Repórteres Sem Fronteiras.
Na Venezuela, a situação da liberdade de expressão continua a deteriorar-se. O Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS) registou 130 casos de violações entre janeiro e outubro de 2025.
Os ataques mais comuns incluem restrições à internet (33 casos), assédio e ameaças (29), discurso estigmatizante (19), limitações ao acesso à informação pública (15) e detenções arbitrárias (14).
A organização documentou a detenção de 18 jornalistas e profissionais dos media, alertando que a falta de informação oficial sobre o paradeiro de nove deles constitui um padrão de "desaparecimentos forçados". O IPYS denuncia um "ciclo de impunidade" que gera um "clima de medo", salientando que em 2024 já se tinha verificado um aumento de 64,4% nos casos de violações em relação a 2023.
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