André Ventura nega ter votado em José Sócrates e desafia adversários a divulgar donativos de campanha



A coerência do discurso de André Ventura foi posta em causa após o candidato presidencial ter negado, durante um debate com João Cotrim Figueiredo, ter votado em José Sócrates.
Ventura classificou a acusação como "falsa", mas declarações suas anteriores, recuperadas pela revista Sábado e registadas no livro ‘Dias de Raiva – Os Segredos da Ascensão de André Ventura’ (2024), indicam o contrário.
Numa entrevista, Ventura terá admitido o seu voto no antigo primeiro-ministro, descrevendo-o como alguém com "firmeza" e "coragem", acrescentando: "Enganou-me uma vez, mas não me enganou mais".
A primeira vez que o líder do Chega terá mencionado este voto foi em 2017, quando era candidato pelo PSD à Câmara de Loures.
Confrontado com esta contradição durante uma arruada em Moscavide, Ventura reiterou a sua negação.
"Não é verdade, o que eu disse foi que o José Sócrates me enganou, que é uma coisa diferente de ter votado em Sócrates", afirmou. Questionado sobre por que não desmentiu o jornalista na altura da entrevista, respondeu que "se tivesse que desmentir jornalistas não tinha mais nada para fazer todos os dias".
Para Ventura, Sócrates "enganou" o país ao projetar uma imagem de determinação enquanto "a única obra que fez foi pôr dinheiro ao bolso".
No mesmo evento, e no seguimento do debate sobre transparência que tem marcado a pré-campanha, André Ventura lançou um desafio aos seus adversários: a divulgação pública da lista de donativos das respetivas campanhas. O candidato do Chega comprometeu-se a publicar a sua própria lista num 'site', garantindo que todos os donativos recebidos são registados de forma transparente. A iniciativa surge em resposta a declarações de Catarina Martins sobre o financiamento das campanhas e depois de Luís Marques Mendes ter divulgado a sua lista de clientes. Ventura defendeu que este é um "nível superior" de transparência, para além das obrigações legais perante a Entidade de Contas, permitindo que o país saiba quem apoia cada candidatura.





















