Confronto entre PS e Chega nas Eleições Autárquicas

Na antecâmara das eleições autárquicas, o Partido Socialista e o Chega trocam acusações e antecipam resultados eleitorais distintos, refletindo a crescente polarização na política nacional.

Francisco Assis, do Partido Socialista, prevê o "primeiro grande apagão eleitoral do Chega", criticando o partido liderado por André Ventura por apostar num "messianismo populista" que visa "pôr os portugueses uns contra os outros".

Segundo Assis, o Chega é um "partido de um só homem", sem propostas coerentes, e a sua derrota é essencial para o equilíbrio de uma democracia que considera "profundamente desequilibrada". O dirigente socialista garante que o PS vai ganhar as eleições, considerando uma vitória crucial após a recente derrota legislativa, para que o partido se afirme como uma "dupla oposição" com um "antagonismo irredutível" face à extrema-direita.

Em sentido oposto, André Ventura manifesta confiança num bom resultado, afirmando que os autarcas do Chega "serão o modelo da governação" do partido, pautados pela "tolerância zero à corrupção".

O líder do Chega reconhece a forte influência da política nacional nestas eleições locais e estabelece como meta quebrar o "domínio territorial autárquico" bipartidário.

Questionado sobre o abandono de 11 dos 19 vereadores eleitos em 2021, Ventura desvalorizou, alegando que mais de 90% do total de autarcas eleitos pelo partido se mantêm fiéis.

A estratégia do Chega inclui a aposta em candidatos como Miguel Corte-Real no Porto, um antigo líder da bancada do PSD, cujo desempenho Ventura encara como "um sinal para o futuro".

O candidato portuense ambiciona vencer e, caso não o consiga, promete fazer "uma oposição como nunca foi feita no Porto".

Esta postura de intransigência é ecoada em Lisboa, onde o candidato Bruno Mascarenhas assegura que o seu partido não fará acordos pós-eleitorais, afirmando que "ou ganha ou é oposição", numa altura em que as sondagens o colocam como a terceira força política na capital.

Artigos

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