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40 Anos da Tragédia de Alcafache

Passam quatro décadas sobre o mais grave acidente ferroviário da história de Portugal, a tragédia de Alcafache, que vitimou um número incerto de pessoas, estimado em mais de uma centena. A data é assinalada com cerimónias de homenagem e a inauguração de uma capela no local do desastre.
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A 11 de setembro de 1985, pelas 18h37, ocorreu o pior desastre ferroviário de Portugal na Linha da Beira Alta, perto do apeadeiro de Moimenta-Alcafache, no concelho de Mangualde. Duas composições, o comboio internacional 315 (complemento ao Sud Expresso) que seguia para Paris com cerca de 400 passageiros, na sua maioria emigrantes, e o serviço regional 1324, que viajava para Coimbra, colidiram frontalmente a uma velocidade aproximada de 100 quilómetros por hora.

O violento choque destruiu as locomotivas e várias carruagens, provocando um incêndio de grandes proporções que se propagou rapidamente devido aos materiais não ignífugos das composições.

A causa do acidente foi atribuída a erro humano.

A Linha da Beira Alta era de via única na maior parte do percurso, e a coordenação dependia de comunicações telefónicas entre estações. O comboio internacional seguia com um atraso de cerca de 17 minutos, mas o serviço regional não aguardou na estação de Mangualde, como deveria, prosseguindo viagem e originando a colisão. O número exato de vítimas mortais nunca foi apurado; as estimativas variam entre 37 mortos oficiais e perto de 150 ou 200, segundo outras fontes.

Muitos corpos ficaram carbonizados, impossibilitando a identificação, e foram sepultados numa vala comum no local.

O cenário descrito pelas equipas de socorro foi de "absoluto horror".

Os hospitais da região ficaram lotados, e o então Presidente da República, Ramalho Eanes, deslocou-se ao local na mesma noite.

O governo, liderado por Mário Soares, decretou três dias de luto nacional.

Um inquérito concluiu que a tragédia se deveu a falha humana, mas, após quatro anos, o julgamento dos quatro arguidos terminou com a sua absolvição por falta de provas.

Para assinalar os 40 anos da tragédia, a Câmara Municipal de Mangualde promove uma cerimónia de homenagem no domingo seguinte à data do aniversário. O evento inclui o descerramento de placas, a inauguração de uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Emigrantes, uma missa campal presidida pelo Bispo de Viseu e intervenções de várias personalidades, incluindo o ex-Presidente Ramalho Eanes.

A iniciativa visa dignificar o espaço e perpetuar a memória das vítimas.

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