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Crise dos Incêndios em Portugal: WWF Exige Medidas Urgentes e Especialistas Apontam Problemas Estruturais

Com 2025 a registar-se como um dos piores anos de sempre em área ardida, a WWF Portugal exige medidas governamentais urgentes até 2026 para transformar a paisagem e quebrar o ciclo de incêndios devastadores que assolam o país.
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O ano de 2025 consolidou-se como um dos três piores de sempre em Portugal no que diz respeito a incêndios florestais, com mais de 254 mil hectares consumidos pelas chamas até ao final de agosto.

As regiões Norte e Centro, onde se concentram florestas homogéneas e com pouca gestão, foram as mais atingidas.

Os incêndios afetaram severamente povoamentos florestais, matos e áreas agrícolas, além de várias Áreas Protegidas de relevo, como os Parques da Peneda-Gerês, Alvão, Serra da Estrela e Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, resultando em perdas de valores naturais por vezes irreversíveis.

Perante este cenário, a organização não-governamental WWF Portugal instou o Governo a implementar três medidas prioritárias até maio de 2026.

As propostas centram-se na utilização do Fundo Ambiental para financiar projetos de restauro ecológico, regeneração natural e uso de pastoreio extensivo para gestão da vegetação. A WWF defende ainda o apoio a sistemas agrosilvopastoris e de agrofloresta, especialmente a norte do Tejo, para reduzir o risco e fixar a população rural.

Por fim, exige a desburocratização e o reforço de recursos humanos qualificados no Fundo Ambiental para garantir que os proprietários consigam aceder aos apoios.

Ângela Morgado, diretora executiva da WWF Portugal, lamentou a “inércia dos sucessivos Governos” e criticou o foco em medidas de recuperação pós-incêndio em detrimento da prevenção.

A organização defende uma abordagem proativa e integrada, que promova uma “paisagem mosaico”, onde bosques e pastagens funcionem como barreiras naturais ao fogo.

A WWF aponta como causas estruturais a baixa rentabilidade da floresta, o abandono rural e a fragmentação da propriedade, reforçando a necessidade de pagar pelos serviços ambientais a quem adota práticas de gestão responsáveis. A análise dos problemas estruturais é corroborada por outras vozes, que destacam a questão da propriedade.

Embora a esmagadora maioria da floresta portuguesa seja privada, o problema reside na sua fragmentação em pequenas parcelas, muitas vezes de herdeiros ausentes, e em cadastros incompletos.

Esta realidade, aliada à burocracia, fomenta o abandono e cria condições para a propagação dos incêndios.

Instrumentos como o Balcão Único do Prédio ou as Zonas de Intervenção Florestal já existem, mas a sua aplicação continua a ser insuficiente para alterar o panorama.

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