Cimeira em Busan: Trump e Xi Acordam Tréguas na Guerra Comercial com Troca de Concessões

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, reuniram-se na Coreia do Sul para uma cimeira crucial que resultou num acordo para desanuviar a crescente guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

A cimeira, que decorreu numa base aérea em Busan, à margem do encontro da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), foi a primeira entre os dois líderes desde 2019 e durou cerca de duas horas. O encontro foi precedido por um "consenso preliminar" alcançado pelas equipas negociais em Kuala Lumpur e por declarações otimistas de ambos os lados, com Trump a referir-se a Xi como um "amigo" e o líder chinês a considerar normais as "fricções" entre as duas potências.

Após a reunião, que descreveu como "incrível", Donald Trump anunciou uma redução das tarifas sobre produtos chineses. As fontes mencionam uma redução de 20% para 10% nas tarifas relacionadas com o fentanil e uma outra de 57% para 47%. Em contrapartida, a China comprometeu-se a intensificar o combate ao tráfico ilícito de fentanil, um opioide sintético que causa milhares de mortes nos EUA. Pequim concordou também em retomar a compra de soja norte-americana, suspensa desde maio, e em suspender por um ano as restrições à exportação de metais de terras raras, essenciais para as indústrias tecnológica e de defesa. Durante as conversações, o tema de Taiwan não foi abordado, conforme confirmado por Trump.

Os líderes também se comprometeram a "trabalhar juntos" para pôr fim à guerra na Ucrânia.

Trump anunciou ainda uma futura visita à China em abril de 2026, seguida de uma visita de Xi aos EUA, embora um porta-voz chinês não tenha confirmado as datas, referindo apenas que os líderes "acordaram manter intercâmbios regulares".

Apesar dos acordos e do tom cordial, a reação dos mercados financeiros foi descrita como cautelosa, e analistas alertam que as divergências estruturais entre Washington e Pequim permanecem.

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