Sob Pressão Americana, Zelensky Abre a Porta a Referendo sobre Territórios

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinalou uma mudança significativa na sua posição sobre o conflito com a Rússia, admitindo pela primeira vez a possibilidade de um referendo para decidir sobre eventuais concessões territoriais.

Pressionado pelos Estados Unidos para alcançar um acordo de paz, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu pela primeira vez a possibilidade de submeter a referendo uma eventual cedência de territórios à Rússia. Esta posição representa uma alteração face à recusa absoluta que mantinha desde o início da guerra, com Zelensky a afirmar que o povo ucraniano "deve ter voz" e que a decisão final sobre os territórios ocupados cabe à população, seja através de referendo ou de eleições.

As negociações tripartidas entre Kiev, Moscovo e Washington continuam a ter a questão territorial como ponto central.

Os Estados Unidos propuseram a criação de uma "zona económica livre" na região do Donbass, que implicaria a retirada das tropas ucranianas, mas sem que as forças russas avançassem para o território. A Rússia, por sua vez, prefere o conceito de uma "zona desmilitarizada" e mantém a exigência de controlo sobre todo o Donbass, algo que Zelensky reitera não aceitar. As discussões incluem também possíveis retiradas russas de pequenas faixas de terra nas regiões de Kharkiv, Sumy e Dnipro.

A Ucrânia já apresentou uma contraproposta e enviou uma versão revista do seu plano de paz aos EUA. Este plano, que está a ser revisto "todos os dias", faz parte de um acordo-quadro de 20 pontos que inclui também documentos sobre garantias de segurança e a reconstrução do país.

Os aliados europeus, como a Alemanha, França e o Reino Unido, estão a analisar a proposta.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, manifestou-se "relativamente otimista" quanto à possibilidade de progressos, sublinhando que a decisão sobre concessões territoriais pertence exclusivamente à Ucrânia.

Paralelamente às negociações de paz, Zelensky demonstrou confiança na assinatura de um acordo económico com Washington para a recuperação e desenvolvimento pós-guerra.

Este dossiê está a ser coordenado com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, com Jared Kushner e com Larry Fink, da BlackRock Inc.