Regresso da Fórmula 1 a Portugal: Entre o Impacto Económico e a Controvérsia Ambiental



O Governo português, através do ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, anunciou que o Grande Prémio de Portugal voltará a integrar o Mundial de Fórmula 1 em 2027 e 2028.
A prova terá lugar no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), na sequência de um acordo assinado com os promotores do campeonato. O Executivo justifica o apoio estatal com a previsão de um impacto económico de, no mínimo, 140 milhões de euros por cada ano do evento.
Segundo o ministro, o custo para o Estado será inferior à receita fiscal gerada pela atividade económica associada à competição.
A decisão gerou a oposição imediata e firme da associação ambientalista Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável.
Em comunicado, a organização classificou a Fórmula 1 como um “espetáculo poluente que serve sobretudo interesses privados e comerciais” e considerou “incompreensível” o uso de fundos públicos para promover um evento baseado na “queima intensiva de combustíveis fósseis”, especialmente num contexto de crise climática.
A Zero argumenta que este apoio contraria os compromissos de descarbonização assumidos por Portugal e pela Europa.
Para a associação, é “inaceitável” que o Governo comprometa recursos públicos neste evento, defendendo que esses fundos deveriam ser canalizados para a transição energética.
A Zero sustenta que o investimento numa mobilidade limpa e descarbonizada representa um investimento com um retorno económico líquido superior ao da Fórmula 1. Além do impacto climático direto da prova e das deslocações internacionais que acarreta, os ambientalistas criticam a imagem “culturalmente nociva” que o evento transmite, por celebrar a velocidade, o consumo de combustíveis fósseis e um “modelo de mobilidade ultrapassado”.













