Briefing: Avanços científicos da semana

O Nobel da Química de 2025 foi atribuído pela criação de estruturas metalorgânicas (MOFs), materiais altamente porosos com um potencial imenso.

Estas “esponjas moleculares” podem capturar água, armazenar gases e administrar fármacos, com investigações já em curso em instituições como o IST para traduzir esta descoberta em soluções práticas para a saúde e o ambiente.

O Prémio Nobel da Física de 2025 reconhece o trabalho de Clarke, Devoret e Martinis, que provaram experimentalmente que efeitos quânticos como o tunelamento podem ocorrer em circuitos elétricos de grande escala.

Este avanço fundamental estabelece uma ponte entre o mundo quântico e o clássico, sendo crucial para o desenvolvimento de futuras tecnologias quânticas.

O Prémio Nobel da Medicina de 2025 homenageia a descoberta da tolerância imunitária periférica, especificamente o papel das células T reguladoras (Tregs) e do gene FOXP3.

Esta compreensão fundamental sobre como o sistema imunitário se autorregula criou novas estratégias terapêuticas para uma vasta gama de doenças, desde autoimunes ao cancro.

Um estudo em Espanha utilizou com sucesso o sistema de edição genética HiFi-Cas9 para eliminar mutações no gene KRAS, que impulsionam o crescimento de tumores. Validada em modelos celulares e de ratos para cancro do pulmão, a terapia retardou significativamente o crescimento tumoral, oferecendo uma nova estratégia promissora que visa a raiz genética de alguns dos cancros mais letais.

Investigadores da FEUP e da UT Austin desenvolveram uma terapia fototérmica promissora contra o cancro, utilizando nanoflocos de óxido de estanho ativados por LEDs. O método destruiu eficazmente células de cancro da pele e do cólon em 30 minutos, preservando as células saudáveis, e oferece uma alternativa mais segura, barata e acessível aos tratamentos convencionais.

Utilizando um modelo de IA denominado CellTransformer, investigadores geraram o mapa mais detalhado de sempre do cérebro de um rato.

Ao analisar vizinhanças celulares a partir de dados genéticos, o modelo identificou sub-regiões desconhecidas, fornecendo uma nova e poderosa ferramenta para ligar a estrutura cerebral a funções e doenças específicas.

Um estudo em Itália demonstrou que humanos primitivos, há 400.000 anos, processavam sistematicamente elefantes, utilizando pequenas ferramentas de pedra para a carnificina e, em seguida, modificando os grandes ossos para criar outras ferramentas.

Esta descoberta revela uma estratégia sofisticada de exploração de recursos durante o Pleistocénico Médio.

Um fóssil de sanguessuga com 430 milhões de anos, denominado *Macromyzon siluricus*, antecipa a origem destes animais em 200 milhões de anos. A ausência de estruturas para sugar sangue sugere que esta antiga espécie marinha se alimentava de pequenos invertebrados, indicando que a hematofagia (alimentação de sangue) foi uma adaptação evolutiva posterior no grupo.

Um estudo em ratos demonstrou que os benefícios do exercício físico podem ser transmitidos de pais para filhos através de microRNAs presentes no esperma. Este mecanismo de herança epigenética confere melhor saúde metabólica e maior adaptabilidade ao exercício na geração seguinte, evidenciando como as escolhas de estilo de vida podem ter efeitos intergeracionais.

Um estudo pioneiro forneceu a primeira prova clara de que os vegetais podem absorver nanoplásticos através das suas raízes, que se acumulam posteriormente nas partes comestíveis, como raízes e folhas.

Esta descoberta identifica uma nova via de exposição humana à poluição por plásticos através de alimentos de origem vegetal, levantando novas preocupações sobre a segurança alimentar.