Briefing: Avanços científicos da semana

Uma investigação na Polónia revelou uma diminuição na taxa de deteção de adenomas por médicos que utilizam regularmente IA, passando de 28,4% para 22,4% em exames sem assistência tecnológica. Embora não definitivo, o estudo alerta para um potencial "desgaste das competências fundamentais" e modera o otimismo sobre a rápida integração da IA na medicina, sublinhando a necessidade de mais investigação para confirmar estes efeitos.

Um estudo de Harvard, publicado na 'Nature', sugere que a deficiência de lítio é uma causa primária da doença de Alzheimer.

A investigação indica que a perda deste metal é uma das primeiras alterações cerebrais e que a sua reposição em doses baixas poderá prevenir ou reverter a doença, abrindo novas e promissoras vias terapêuticas.

O projeto europeu ImmuneT-ME, com forte participação portuguesa através da Universidade de Coimbra, visa desenvolver terapias personalizadas para linfomas de células T maduras. A investigação foca-se na identificação de novos biomarcadores para superar a ineficácia dos tratamentos atuais, dada a raridade e heterogeneidade da doença, com o objetivo de melhorar o diagnóstico e o prognóstico dos doentes.

Agostinho Carvalho, investigador da UMinho, obteve um financiamento de mais de 450 mil dólares da Ann Theodore Foundation para um estudo de dois anos sobre a sarcoidose.

A investigação irá focar-se no comportamento dos macrófagos e nos seus mecanismos internos para compreender como se desencadeia a inflamação crónica característica desta doença rara.

Uma equipa de investigação identificou o açúcar 'nLc4' na urina como um biomarcador promissor para o cancro da bexiga.

Esta molécula está associada à forma mais grave da doença, permitindo um diagnóstico rápido e não invasivo que poderá substituir exames desconfortáveis e acelerar o início do tratamento.

Investigadores da Universidade Estatal de Iowa criaram um modelo genético que prevê a altura e a floração do sorgo com até 96% de precisão, combinando dados genómicos e meteorológicos.

A ferramenta promete acelerar o melhoramento genético, aumentar a resiliência das culturas às alterações climáticas e apoiar as decisões dos agricultores.

Um estudo recente demonstrou que as microglias, células de defesa do cérebro, reagem a lesões de forma diferente dependendo da idade do indivíduo. Esta descoberta ajuda a explicar por que a recuperação de danos cerebrais é frequentemente mais difícil em idosos e pode levar a novas terapias focadas no envelhecimento do sistema imunitário cerebral.

Uma investigação da ESEnfC revelou que um programa de reabilitação cardíaca, que inclui mobilização precoce e o envolvimento de cuidadores, aumenta a autonomia dos transplantados em cerca de 50%. O estudo também demonstrou uma redução significativa no tempo de internamento e melhorias na literacia em saúde dos doentes.

A FCT vai financiar 400 projetos de investigação exploratória com um total de 24 milhões de euros, um aumento de quatro milhões face a 2023. Com uma taxa de aprovação de 16% e a maioria dos projetos liderada por mulheres, este apoio anual visa promover ideias inovadoras em todas as áreas científicas, reafirmando o compromisso com a ciência mesmo durante a transição para uma nova agência.

Um estudo de longa duração com "superidosos" descobriu que estes indivíduos possuem neurónios excecionalmente grandes e saudáveis no córtex entorrinal, uma área chave para a memória. Esta característica biológica, mais do que o estilo de vida, parece ser o fator determinante para a sua impressionante capacidade cognitiva, desafiando a ideia de que o declínio da memória é inevitável com a idade.