Briefing: Empresas de tecnologia

A aposta da Revolut em Portugal, com a introdução de um IBAN local e a integração no ecossistema de pagamentos nacional, representa um desafio direto à banca tradicional. A medida elimina barreiras para os seus clientes, permitindo a domiciliação de salários e pagamentos de serviços, e posiciona a fintech para captar uma maior quota de mercado, com o objetivo de se tornar um dos três maiores bancos do país em número de clientes.

A reestruturação da Intel, que inclui o despedimento de cerca de 25 mil funcionários e o abandono de fábricas na Europa, sinaliza uma mudança estratégica radical sob a nova liderança. A empresa abandona a filosofia de "produzir para criar procura", focando-se em disciplina financeira e na resposta direta às necessidades dos clientes, num esforço para reverter as perdas e recuperar a sua posição competitiva no mercado global de semicondutores.

A Tesla enfrenta um período financeiramente adverso, com receitas e lucros em queda que penalizaram o valor das suas ações e o património de Elon Musk. Apesar de o CEO antecipar "trimestres difíceis", a empresa avança com a expansão do seu serviço de robotáxi e aposta num Model Y mais acessível para combater a concorrência e a falta de capacidade financeira dos consumidores, sinalizando uma estratégia de longo prazo focada em software e automação.

A Meta está a navegar um período turbulento na Europa, com a implementação de um modelo de subscrição que testa os limites da privacidade de dados e atrai o escrutínio dos reguladores. Simultaneamente, as suas ambições em IA são postas em causa por acusações de práticas ilegais de treino de modelos e pela perceção de estar a "recuperar tempo perdido" face a rivais como a Google e a OpenAI.

A iminente chegada do GPT-5 em agosto promete um novo salto nas capacidades da IA, com a OpenAI a sinalizar um avanço significativo no raciocínio autónomo. Enquanto a empresa se prepara para este marco tecnológico, o seu CEO, Sam Altman, alerta para os desafios sociais da tecnologia, desde a privacidade das conversas com IA ao impacto neurológico dos vídeos curtos nas crianças, sublinhando a crescente complexidade na intersecção entre inovação e responsabilidade.

Ao propor uma organização internacional para a IA, a China desafia abertamente a liderança dos EUA na definição da governação global da tecnologia. A medida reflete a crescente rivalidade geopolítica, onde Pequim procura equilibrar o desenvolvimento tecnológico com um controlo rigoroso sobre a informação, ao mesmo tempo que tenta evitar um monopólio ocidental e garantir que a IA não se torne "um privilégio de um pequeno número de países".

A forte quebra nos lucros do Grupo Volkswagen no primeiro semestre evidencia a sua vulnerabilidade às tensões comerciais globais, com as tarifas dos EUA a custarem 1,3 mil milhões de euros. A queda acentuada na rentabilidade das marcas Audi e Porsche forçou uma revisão em baixa das metas anuais, sublinhando os desafios que a indústria automóvel europeia enfrenta num ambiente de reestruturação interna e protecionismo externo.

Os despedimentos em massa na Microsoft, apesar da sua saúde financeira robusta, ilustram o "enigma do sucesso" na indústria tecnológica: a necessidade de reestruturação contínua para liderar a próxima vaga de inovação. A empresa está a sacrificar postos de trabalho em áreas como os videojogos para libertar capital e talento para a corrida da Inteligência Artificial, sinalizando uma mudança de prioridades estratégica que está a redefinir o setor.

As recentes movimentações da Amazon no campo da IA são um claro reflexo das tensões geopolíticas e da corrida pela inovação. Ao sair da China e ao investir em hardware de IA nos EUA, a empresa não só se alinha com a estratégia de desacoplamento tecnológico de Washington, como também procura garantir uma posição de liderança na próxima geração de assistentes pessoais inteligentes, para além dos altifalantes domésticos.

Com o lançamento da beta pública do iOS 26, a Apple sinaliza um foco renovado na segurança do utilizador e na modernização da sua interface. As novas funcionalidades na aplicação Mensagens visam proteger os utilizadores de fraudes, enquanto a nova estética e as melhorias em serviços como o CarPlay demonstram um esforço contínuo para refinar a experiência do ecossistema Apple, tornando-o mais seguro e intuitivo.