Briefing: Encerramentos de urgências esta semana

A greve dos profissionais de saúde no Algarve expôs as fragilidades do SNS na região, paralisando serviços essenciais como urgências e cirurgias.

A elevada adesão reflete o descontentamento com a falta de pessoal e as condições de trabalho, problemas agravados pela afluência turística.

Os sindicatos exigem medidas urgentes para a contratação e fixação de profissionais, alertando para o colapso dos serviços.

A apresentação de escusas de responsabilidade por 16 médicos na Maternidade Bissaya Barreto expõe uma crise de sobrecarga de trabalho, causada pelo desvio de utentes de outras urgências encerradas. A ULS de Coimbra admite a situação e afirma estar a rever a rede de referenciação e a implementar protocolos de cooperação para garantir a segurança e a qualidade dos cuidados prestados.

A urgência de cirurgia do Hospital do Barreiro está a funcionar em contingência devido à falta de médicos, obrigando ao desvio de doentes. A ULSAR assegura a resposta interna, mas a Comissão de Utentes denuncia o encerramento e o impacto negativo no acesso aos cuidados, responsabilizando a falta de investimento no SNS pela degradação dos serviços.

A inoperacionalidade do helicóptero do INEM em Loulé por mais de seis dias, devido a uma falha técnica e à ausência de uma aeronave de substituição, comprometeu a capacidade de resposta a emergências no Algarve. O problema foi resolvido, mas o incidente expôs vulnerabilidades na gestão de meios aéreos de socorro, essenciais para a região, especialmente no verão.

A previsão de encerramento de 15 urgências, sobretudo de especialidades como obstetrícia e pediatria, durante o fim de semana, evidencia a crise contínua no SNS.

Com Lisboa e Vale do Tejo como a região mais afetada, os longos tempos de espera e a sobrecarga dos hospitais persistem, levando as autoridades a reforçar o apelo ao uso da linha SNS24 para triagem.

A interdição de praias no Algarve e na Nazaré devido à contaminação por bactérias como a E.coli destacou os riscos para a saúde pública em zonas balneares.

As autoridades agiram preventivamente, encerrando as praias afetadas enquanto investigam as origens das descargas.

Estes incidentes sublinham a importância da monitorização contínua da qualidade da água para garantir a segurança dos banhistas.

A falta crónica de técnicos de emergência pré-hospitalar, especialmente em Lisboa, Alentejo e Algarve, compromete a resposta do INEM. Um novo concurso para 200 vagas atraiu quase 400 candidatos, mas o sindicato alerta para a elevada taxa de desistência em concursos anteriores e para o facto de os novos profissionais só entrarem em funções em 2026, não resolvendo o problema imediato.

A IGAS concluiu que a morte de um idoso de 90 anos em Pombal, durante uma greve do INEM, não foi causada por atrasos no socorro. Apesar da elevada taxa de chamadas não atendidas nesse dia, o relatório indica que a sobrevivência da vítima seria improvável mesmo em condições ideais.

O caso, um de 12 investigados, continua em inquérito judicial.

A IGAS está a investigar a morte de um bebé após a mãe ter percorrido cinco hospitais, um caso que expõe as falhas na rede de urgências de obstetrícia. A investigação focará a coordenação entre as unidades e a adequação dos cuidados prestados, num contexto de constrangimentos crónicos nas maternidades do SNS, especialmente na região de Lisboa.

As temperaturas extremas no Centro de Saúde Norton de Matos, em Coimbra, levaram a denúncias do Movimento de Utentes, que exige a instalação de climatização. A ULS de Coimbra reconhece o problema estrutural e aponta para uma futura requalificação a cargo da autarquia, enquanto procura soluções temporárias para garantir o bem-estar de profissionais e utentes.