Briefing: Encerramentos de urgências esta semana

O encerramento coordenado de cinco urgências hospitalares num domingo evidencia uma crise sistémica no SNS, exacerbada pela falta de profissionais. A previsão de mais constrangimentos durante o Natal sinaliza a continuidade do problema, limitando o acesso a cuidados de emergência para uma parte significativa da população.

A recorrente paralisação das urgências de obstetrícia em várias regiões do país, especialmente em Lisboa e Vale do Tejo, cria uma situação de elevado risco para as grávidas. A crise, motivada pela falta de especialistas, obriga as autoridades a recomendar o contacto prévio com o SNS 24 como principal medida de mitigação.

A severa época gripal, marcada por uma estirpe agressiva e um elevado número de casos, é um fator determinante para a atual crise nas urgências hospitalares. O fenómeno está a provocar um aumento de internamentos, uma pressão insustentável sobre os serviços e um preocupante excesso de mortalidade, sobretudo na população idosa.

A falta de respostas da rede social e os conflitos familiares estão a transformar camas de hospital em lares improvisados. Este problema estrutural sobrecarrega os hospitais, impede a admissão de novos doentes a partir das urgências e compromete a capacidade de resposta global do SNS.

O aumento exponencial de chamadas para a Linha SNS 24 demonstra a sua centralidade na gestão da crise das urgências.

Contudo, o serviço enfrenta os seus próprios constrangimentos, tanto de volume como técnicos, o que limita a sua eficácia como 'filtro' e sistema de orientação para os utentes.