Briefing: Incêndios em Portugal

O estado de alerta em Portugal foi prolongado até 13 de agosto devido às altas temperaturas e ao risco máximo de incêndio em dezenas de concelhos. A medida, que se revelou eficaz na redução de ignições, mantém proibições rigorosas sobre atividades em zonas rurais e florestais, enquanto o dispositivo de combate permanece em mobilização total.

Um grande incêndio na Serra do Alvão, em Vila Pouca de Aguiar, foi dominado após um combate exigente que mobilizou mais de 200 operacionais.

O fogo consumiu cerca de 500 hectares, ameaçou uma aldeia e causou três feridos ligeiros, sendo a sua extinção auxiliada pela população local.

A Liga dos Bombeiros Portugueses alertou para o elevado número de baixas em 2025, com um bombeiro morto e 148 feridos em acidentes de serviço.

A LBP considera a situação preocupante e manifesta insatisfação com as atuais condições dos seguros, especialmente no que diz respeito à cobertura para queimados.

Um bombeiro voluntário de Ourém, com 31 anos, foi detido pela PJ como principal suspeito de ter ateado quatro incêndios florestais no concelho.

A investigação sugere que o suspeito usou artefactos de ignição retardada e que a motivação poderá ter sido financeira, estando a ser investigada a sua ligação a outros fogos na região.

O Governo vai investir 16 milhões de euros em dois kits de combate a incêndios para aeronaves militares C-130, visando reforçar os meios aéreos.

Embora o executivo garanta a operacionalidade dos aviões, especialistas levantam questões sobre a sua antiguidade e eficácia em comparação com aeronaves especializadas.

As estatísticas de incêndios de 2025 revelam um cenário preocupante, com a área ardida a atingir quase 42 mil hectares, um aumento de oito vezes em relação a 2024.

A região Norte foi a mais castigada, concentrando a maior parte da destruição e das ocorrências, o que evidencia a severidade da época de fogos deste ano.

O executivo pretende endurecer as penas para o crime de incêndio florestal, classificando-o como de grave dano comunitário.

Contudo, especialistas alertam que o agravamento das penas pode ser insuficiente se não for acompanhado por uma aplicação mais efetiva da justiça e por uma compreensão das diferentes motivações dos incendiários.

Devido ao elevado risco de incêndio, a Serra de Sintra e a maioria dos seus monumentos, incluindo o Palácio da Pena, permanecerão encerrados até 13 de agosto.

A medida, que acompanha o estado de alerta nacional, visa prevenir ocorrências e conta com uma vigilância reforçada por várias entidades.

Enquanto o Primeiro-Ministro assegura que Portugal tem o maior dispositivo de sempre e nega falta de meios humanos, uma associação de proteção civil denuncia que pilotos da Força Aérea estão a trabalhar para empresas privadas, levantando dúvidas sobre a capacidade de resposta do Estado e a retenção de profissionais qualificados.

O Governo está a implementar uma nova abordagem de apoio pós-incêndio, criando um regime permanente para compensar prejuízos em habitações, empresas e agricultura. A medida acompanha a avaliação de danos no terreno por parte de ministros e a retoma de um plano de intervenção florestal a longo prazo.