Briefing: Presidenciais 2026

A entrada de João Cotrim de Figueiredo na corrida presidencial introduz uma plataforma abertamente liberal e modernizadora, que procura mobilizar um eleitorado jovem e empreendedor, demarcando-se dos restantes candidatos por uma abordagem focada no futuro e menos reativa à conjuntura.

A desistência de Sampaio da Nóvoa altera profundamente a dinâmica da pré-campanha à esquerda, eliminando um candidato de peso e intensificando a competição pelo seu potencial eleitorado, com António José Seguro a posicionar-se rapidamente para capitalizar a situação.

O posicionamento de Catarina Martins para uma candidatura presidencial sinaliza a intenção do Bloco de Esquerda de ter um papel central nas eleições, preenchendo um espaço à esquerda e propondo uma alternativa clara num cenário político em reconfiguração.

Gouveia e Melo utilizou a crise dos incêndios para reforçar a sua imagem de candidato antissistema, criticando a aparente desconexão da elite política e defendendo um modelo de liderança baseado na presença, responsabilidade e planeamento estratégico.

António José Seguro está a desenvolver uma campanha em duas frentes: por um lado, demonstra solidariedade e presença em momentos de crise nacional; por outro, age politicamente para se afirmar como o candidato unificador do campo progressista, consolidando a sua estrutura de apoio em todo o país.

O confronto de palavras entre Marcelo Rebelo de Sousa e Gouveia e Melo sobre a politização da tragédia dos incêndios evidencia um choque de estilos e visões sobre o papel da Presidência, antecipando um dos eixos centrais do debate na futura campanha eleitoral.

A crise dos incêndios impôs-se na agenda política, forçando os líderes do país a uma gestão de crise sob intenso escrutínio público e transformando-se no principal tema de debate e posicionamento para os candidatos às eleições presidenciais.

A candidatura de António Filipe assenta na crítica à gestão governamental de crises e na defesa de políticas públicas de apoio ao SNS e às PMEs, responsabilizando diretamente o executivo pelas falhas estruturais do país.

A resposta generalizada e unificada à morte de Carlos Dâmaso representou um raro momento de consenso político em plena crise dos incêndios, focando o debate na dimensão humana da tragédia e na solidariedade nacional.

As reações dos candidatos presidenciais ao veto da Lei de Estrangeiros revelaram diferentes perspetivas sobre o papel do Chefe de Estado, oscilando entre a defesa de princípios fundamentais e a valorização da estabilidade e do funcionamento regular das instituições democráticas.