Briefing: Empresas na bolsa

O plano do governo polaco para aumentar os impostos sobre a banca provocou uma queda acentuada nas ações do Bank Millennium, a unidade polaca do BCP.

Este impacto negativo contagiou diretamente a cotação do BCP em Lisboa, que recuou mais de 2%, e contribuiu para o desempenho negativo da bolsa portuguesa no final da semana.

A isenção de tarifas norte-americanas sobre os produtos de cortiça, no âmbito de um acordo comercial UE-EUA, provocou uma subida de mais de 5% nas ações da Corticeira Amorim. Este desempenho notável representou a melhor sessão da empresa em anos e foi fundamental para impulsionar o índice PSI da bolsa de Lisboa acima dos 8.000 pontos pela primeira vez desde 2011.

As ações da EDP Renováveis dispararam mais de 6% depois de o governo dos EUA ter publicado novas diretrizes fiscais para projetos de energia renovável, que se revelaram menos restritivas do que o mercado antecipava.

A notícia trouxe clareza e otimismo ao setor, destacando a importância estratégica do mercado norte-americano para a empresa.

A possibilidade de um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, impulsionada por reuniões diplomáticas, levou a uma venda acentuada das ações de empresas de defesa europeias. Os investidores reagiram negativamente à perspetiva de diminuição da procura por armamento e à potencial exclusão de contratos futuros com a Ucrânia, resultando em quedas expressivas para empresas como a Rheinmetall e a Leonardo.

Impulsionada pela procura massiva de chips para inteligência artificial, a Nvidia tornou-se a empresa mais valiosa do mundo, com uma capitalização de mercado de 4,2 biliões de dólares, ultrapassando a Microsoft e a Apple.

Este marco histórico sublinha o seu papel dominante no setor tecnológico, embora a sua avaliação dependa fortemente das elevadas expectativas de crescimento futuro.

O setor tecnológico norte-americano sofreu uma correção significativa, com as "Sete Magníficas" a liderarem as perdas devido à realização de lucros por parte dos investidores. Esta venda foi motivada por preocupações crescentes de que o rali impulsionado pela IA tenha criado uma bolha de avaliação, levando a uma redução generalizada da exposição ao risco no setor.

O discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, que sinalizou um possível corte nas taxas de juro em setembro, provocou uma forte subida generalizada nas bolsas norte-americanas.

Os setores da tecnologia, semicondutores e lazer foram os mais beneficiados, com empresas como a Tesla e a Coinbase a registarem valorizações expressivas, refletindo o otimismo dos investidores perante uma política monetária potencialmente mais favorável.

A Intel teve uma semana de extrema volatilidade, com as suas ações a caírem quase 7% devido a incertezas sobre subsídios governamentais, para depois recuperarem e subirem acentuadamente com notícias de um potencial investimento do Estado norte-americano e da aquisição de uma participação pelo Softbank.

A empresa terminou a semana em alta, beneficiando também do otimismo geral do mercado.

As ações da Jerónimo Martins registaram uma queda na bolsa de Lisboa, influenciadas pelo sentimento negativo em torno do mercado polaco, que é fundamental para as suas operações através da cadeia Biedronka.

Embora a notícia principal fosse um imposto sobre a banca, a instabilidade gerada em Varsóvia foi suficiente para penalizar empresas portuguesas com forte exposição à Polónia.

A Mota-Engil completou uma impressionante série de dez sessões consecutivas de ganhos, impulsionando significativamente o seu valor de mercado. Esta performance robusta, que adicionou mais de 300 milhões de euros à sua capitalização em agosto, reflete o forte otimismo dos investidores em relação às perspetivas da construtora.