Briefing: Tarifas e guerra comercial

O acordo estabelece um quadro de maior previsibilidade para as empresas, mas impõe um custo significativo às exportações europeias e obriga a compromissos de compra de energia e material militar aos EUA. A manutenção de tarifas sobre o aço e a prontidão de medidas de retaliação por parte da UE demonstram que as tensões comerciais persistem.

O adiamento do novo plano tarifário global de Trump para 7 de agosto, embora breve, acentuou a incerteza e a volatilidade nos mercados.

A imposição de taxas variadas e elevadas a múltiplos países confirma a intensificação da guerra comercial, cujos impactos económicos totais ainda estão por avaliar.

O setor automóvel está a ser severamente penalizado pelas tarifas norte-americanas, resultando em custos bilionários para grandes fabricantes como Ford, GM e Volkswagen.

Esta pressão económica está a levar a aumentos de preços para os consumidores e a uma perspetiva de rentabilidade reduzida para as marcas europeias.

A Apple enfrenta um encargo financeiro superior a mil milhões de dólares num único trimestre devido às tarifas dos EUA, evidenciando a sua vulnerabilidade à guerra comercial.

Esta pressão económica poderá levar a um aumento dos preços dos seus produtos para o consumidor final e realça os desafios estratégicos do seu modelo de produção centrado na China.

A redução das tarifas norte-americanas de 32% para 15% representa um sucesso diplomático para Angola, com potencial para impulsionar as exportações não petrolíferas, atrair investimento e apoiar a diversificação da sua economia, reequilibrando a balança comercial com os Estados Unidos.

A nova tarifa de 15% dos EUA sobre o vinho português ameaça gravemente o setor, com previsões de quebras de vendas superiores a 20% no seu segundo maior mercado. Enquanto alguns líderes do setor temem uma crise, outros veem uma oportunidade para reposicionar os vinhos nacionais num patamar de preço superior, mantendo a esperança de que as negociações ainda possam resultar numa isenção.

A imposição de uma tarifa de 35% dos EUA sobre o Canadá marca uma grave deterioração nas relações comerciais, com a administração Trump a invocar razões de segurança e política externa.

O Canadá contesta as justificações e prepara-se para mitigar o severo impacto económico, protegendo os seus setores estratégicos e procurando novos parceiros comerciais.

Trump intensificou a pressão sobre a indústria farmacêutica com um ultimato de 60 dias para a redução de preços, ameaçando com medidas punitivas, incluindo tarifas.

A iniciativa visa combater os elevados custos dos medicamentos nos EUA, mas a sua legalidade e eficácia são questionadas, enquanto o setor já sente o impacto nos mercados financeiros.

O acordo tarifário de 15% entre os EUA e a Coreia do Sul estabiliza as relações comerciais bilaterais, com Seul a comprometer-se com investimentos e compras massivas nos EUA. A medida é vista como um sucesso diplomático para a Coreia do Sul, que evita tarifas mais penalizadoras e reforça a sua aliança económica estratégica com Washington.

A prorrogação da trégua tarifária entre EUA e China por 90 dias sinaliza uma vontade mútua de evitar uma escalada no conflito, mas reflete mais um adiamento do que uma resolução.

Analistas sugerem que a China se sente numa posição negocial forte, enquanto a incerteza continua a pesar sobre a economia global e o setor industrial chinês.

A política tarifária de Trump gerou uma onda de pessimismo e volatilidade, penalizando os mercados financeiros globais e as perspetivas económicas das empresas.

A incerteza sobre o futuro do comércio mundial continua a ser um dos principais riscos para a estabilidade económica.

A política comercial de Trump resultou numa paisagem tarifária fragmentada, com acordos bilaterais a beneficiarem alguns parceiros como a Coreia do Sul, enquanto outros, como Brasil, Índia e Taiwan, enfrentam taxas elevadas e justificações de cariz político, aumentando a incerteza no comércio global.

A Suíça enfrenta uma penalizadora tarifa de 39% por parte dos EUA após o fracasso das negociações comerciais.

A medida representa um duro golpe para a economia suíça e evidencia a abordagem rigorosa da administração Trump, mesmo com parceiros comerciais de longa data.