Briefing: União Europeia

A União Europeia permanece dividida sobre o financiamento futuro da Ucrânia, com a proposta de usar ativos russos congelados bloqueada pela Bélgica devido a preocupações legais e financeiras.

A alternativa de emitir dívida conjunta é rejeitada pelos países nórdicos, criando um impasse que adia uma decisão crucial para, pelo menos, a cimeira de dezembro, enquanto a Rússia ameaça com retaliações.

O 19.º pacote de sanções da UE contra a Rússia representa um passo significativo ao visar, pela primeira vez, o setor do gás natural liquefeito.

As medidas, que também reforçam restrições financeiras e combatem a evasão através de países terceiros e da "frota fantasma", foram coordenadas com novas sanções dos EUA, demonstrando uma pressão ocidental concertada para enfraquecer a economia de guerra do Kremlin.

A incursão de balões da Bielorrússia no espaço aéreo lituano provocou uma forte reação da União Europeia, que classificou o ato como uma "ameaça híbrida".

Em resposta, a Lituânia encerrou a sua fronteira e ameaçou abater os objetos, enquanto líderes da UE, como Ursula von der Leyen e António Costa, manifestaram total solidariedade e prometeram acelerar as iniciativas de defesa europeias.

As eleições antecipadas nos Países Baixos refletem uma profunda instabilidade política e a crescente força da extrema-direita de Geert Wilders.

Embora o seu partido lidere as sondagens, a recusa dos partidos tradicionais em formar coligações torna a governação incerta, arriscando prolongar a paralisia política e diminuir a influência do país na União Europeia.

A Hungria está a articular a criação de um bloco com a Chéquia e a Eslováquia para se opor ao apoio da UE à Ucrânia, reavivando a dinâmica do antigo Grupo de Visegrado.

Esta aliança cética ameaça a unidade europeia e pode complicar os esforços para fornecer ajuda financeira e militar a Kiev, num momento em que a coesão do bloco é fundamental.

Apesar do apoio do Parlamento Europeu e da Comissão para acabar com a mudança sazonal da hora, a União Europeia continua sem conseguir chegar a um consenso.

A falta de acordo no Conselho da UE mantém em vigor a prática de acertar os relógios duas vezes por ano, adiando indefinidamente uma decisão que, segundo os seus defensores, beneficiaria a saúde pública e simplificaria o quotidiano dos cidadãos.

Impulsionado pela guerra na Ucrânia, o alargamento da UE conta com o apoio da maioria dos cidadãos europeus, que veem vantagens geopolíticas e económicas.

Contudo, o processo enfrenta desafios significativos, como as preocupações com a migração e a corrupção, e a necessidade de os países candidatos, como a Sérvia e a Moldávia, cumprirem rigorosas reformas internas antes da adesão.

Numa nova fase diplomática, a Ucrânia e a União Europeia estão a desenvolver um plano de paz que propõe um cessar-fogo ao longo das atuais linhas de frente como ponto de partida para negociações. Embora a Rússia mantenha as suas exigências territoriais, a iniciativa reflete um esforço concertado do Ocidente para criar um caminho para o fim do conflito, apoiado por garantias de segurança para a Ucrânia.

Face à ameaça russa, nações europeias como Alemanha, França e Croácia estão a acelerar o rearmamento, com investimentos massivos, modernização de arsenais e reintrodução do serviço militar.

A União Europeia também está a coordenar esforços para reforçar as suas capacidades de defesa, sinalizando uma viragem estratégica para uma maior prontidão militar no continente.

A União Europeia procura endurecer a sua política migratória, com propostas para acelerar as deportações de migrantes em situação irregular e reforçar parcerias com países do Mediterrâneo.

Enquanto se debatem novas ferramentas legais e centros de detenção, a crise humanitária no mar persiste, e a gestão dos fluxos migratórios continua a ser um dos maiores desafios para a coesão do bloco.