Briefing: União Europeia

A deslocação conjunta de líderes da UE e de vários Estados-membros a Washington representa um esforço diplomático concertado para apoiar a Ucrânia, influenciar as negociações de paz lideradas pelos EUA e assegurar que a Europa tenha um papel central na definição da futura arquitetura de segurança do continente.

A União Europeia estabeleceu a defesa da integridade territorial da Ucrânia como um princípio não negociável, opondo-se a qualquer acordo de paz imposto que envolva cedências territoriais forçadas e reafirmando que apenas Kiev pode decidir sobre o seu futuro.

A Europa apoia ativamente a criação de um novo quadro de segurança para a Ucrânia, baseado em garantias do tipo Artigo 5.º, e está disposta a contribuir militarmente através de uma força de dissuasão pós-conflito, condicionada ao envolvimento dos EUA.

Através de uma série de videoconferências estratégicas, os líderes europeus conseguiram coordenar as suas posições com a Ucrânia e comunicá-las diretamente aos EUA, num esforço para influenciar a agenda das negociações de paz e garantir a centralidade dos interesses europeus e ucranianos.

A União Europeia utiliza a ameaça de sanções económicas contínuas e reforçadas como uma ferramenta estratégica fundamental para pressionar a Rússia a negociar o fim da guerra na Ucrânia, condicionando qualquer alívio a um compromisso genuíno de Moscovo com a paz.

A União Europeia e os seus Estados-membros apoiaram ativamente a proposta de uma cimeira trilateral entre os EUA, a Rússia e a Ucrânia, oferecendo-se para facilitar e até mesmo acolher as negociações em solo europeu, num esforço para manter um papel central no processo de paz.

Confrontada com o risco de ser marginalizada nas negociações de alto nível entre os EUA e a Rússia, a União Europeia reagiu com uma forte coordenação diplomática e uma demonstração de unidade em Washington, procurando assegurar que a sua voz e os seus interesses de segurança fossem centrais para qualquer resolução do conflito na Ucrânia.

Através de uma nova iniciativa da NATO, a Alemanha e outros países europeus estão a financiar diretamente a compra de equipamento militar dos EUA para a Ucrânia, demonstrando um novo modelo de partilha de encargos para reforçar as capacidades de defesa de Kiev.

A União Europeia e os seus principais Estados-membros condenaram de forma unânime os planos de expansão dos colonatos israelitas, classificando-os como ilegais e prejudiciais à paz, e consideram a possibilidade de impor sanções para pressionar Israel a reverter a decisão.

O trio europeu E3 (Alemanha, França e Reino Unido) intensificou a pressão sobre o Irão, estabelecendo um prazo final em agosto para uma solução diplomática sobre o seu programa nuclear, sob pena de reativação das sanções da ONU, numa tentativa de travar as atividades de enriquecimento de urânio de Teerão.

A Hungria isolou-se dos seus parceiros da UE ao rejeitar a declaração conjunta sobre a Ucrânia e ao criticar a estratégia do bloco, evidenciando profundas divisões internas na política externa europeia em relação à Rússia e à guerra.