Briefing: Avanços científicos da semana

A bióloga portuguesa Rita Eusébio descobriu uma nova espécie de bicho-de-conta, Eluma cristata, num habitat subterrâneo superficial no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. A descoberta, parte da sua tese de doutoramento, destaca-se pelas características morfológicas únicas do animal e sublinha a importância de proteger estes ecossistemas pouco conhecidos como focos de biodiversidade.

Um estudo revelou que doentes oncológicos que receberam vacinas de mRNA contra a Covid-19 em conjunto com imunoterapia tiveram uma maior esperança de vida. A descoberta, descrita como um avanço para uma potencial vacina universal contra o cancro, sugere que a tecnologia de mRNA pode potenciar a resposta imunitária contra tumores.

Uma equipa da Universidade de Coimbra descobriu um edifício monumental do período de Uruk no Curdistão Iraquiano, juntamente com artefactos como um pendente de ouro e um selo cilíndrico.

A descoberta sugere que esta região não era periférica, mas sim um ator central na difusão cultural e política da antiga Mesopotâmia, alterando a compreensão sobre o início da civilização.

Um modelo de IA da Google gerou uma nova hipótese sobre o comportamento de células cancerígenas, prevendo que um fármaco específico poderia torná-las mais visíveis ao sistema imunitário.

A previsão foi confirmada em laboratório, marcando um avanço significativo na utilização da IA para descobrir novos caminhos no tratamento do cancro.

Um ensaio clínico demonstrou que um implante ocular sem fios restaurou a capacidade de leitura em doentes cegos devido a degenerescência macular avançada. O sistema PRIMA, que converte imagens de uma câmara em sinais elétricos na retina, permitiu que mais de 80% dos participantes lessem letras e palavras, representando um marco na restauração da visão.

Uma investigação revelou que a água confinada em espaços nanométricos se torna simultaneamente um excelente condutor elétrico e um dispositivo de armazenamento de energia.

Esta descoberta, que desafia a física convencional, tem potencial para revolucionar tecnologias como baterias, supercondensadores e sistemas de dessalinização.

A análise de novos fósseis de mão e pé de Paranthropus boisei, com 1,5 milhões de anos, revelou uma combinação de traços humanos e de gorila. A descoberta indica que este hominídeo era bípede e possuía mãos com capacidade tanto para preensão de força, usada para processar alimentos duros, como para manipulação de precisão, levantando novas questões sobre o seu possível uso de ferramentas.

O investigador José Bragança, da Universidade do Algarve, recebeu o Prémio Nunes Correa Verdades de Faria pelo seu trabalho sobre doenças cardíacas congénitas.

A sua investigação demonstrou que a manipulação de vias moleculares ligadas ao gene CITED2 pode prevenir malformações cardíacas em embriões, abrindo caminho a novas terapias preventivas.

Investigadores do i3S, no Porto, descobriram que a inibição da proteína Rac1 protege as células nervosas dos danos causados pela “doença dos pezinhos”.

Esta nova abordagem terapêutica, focada na proteção neuronal, abre novas perspetivas para travar a progressão da doença antes que os danos nos nervos se tornem irreversíveis.

Uma análise de dados de três estudos em curso, envolvendo participantes de 12 países, revelou que parar de fumar está associado a um menor risco de demência, mesmo quando a cessação ocorre em idade avançada. Este resultado sublinha a importância de deixar de fumar em qualquer fase da vida para a saúde cerebral a longo prazo.