Briefing: Avanços científicos da semana

Uma nova terapia com células CAR-T desenvolvida no i3S demonstrou, em testes pré-clínicos, ser segura e altamente eficaz na eliminação de tumores sólidos agressivos, como os do pâncreas e estômago.

A abordagem, que visa um alvo molecular específico de células cancerígenas, constitui uma estratégia promissora para o tratamento de cancros de difícil abordagem clínica.

Um estudo internacional de referência mapeou pela primeira vez a atividade cerebral completa durante a tomada de decisão, revelando que este processo não ocorre em áreas isoladas, mas sim através de uma cascata de sinais distribuída por quase todo o cérebro.

Esta descoberta altera a compreensão fundamental do funcionamento cerebral.

O primeiro transplante de um rim de porco geneticamente modificado para um humano vivo foi um marco médico, com o órgão a funcionar adequadamente até à morte do paciente por causas não relacionadas.

Este avanço na xenotransplantação oferece uma nova esperança para resolver a crise de dadores de órgãos, validando o potencial da edição genética.

Cientistas descobriram que as quimeras macho possuem dentes verdadeiros num apêndice na testa, usados para o acasalamento.

Esta é a primeira prova clara de uma estrutura dentária funcional fora da mandíbula num vertebrado, demonstrando a notável flexibilidade da evolução para reutilizar características biológicas para novas funções.

Uma investigação revelou que a formiga *Messor ibericus* possui um sistema reprodutivo único, a xenoparidade, onde a rainha produz descendentes da sua própria espécie, obreiras híbridas através do acasalamento com outra espécie, e clones de machos dessa mesma espécie externa.

Esta descoberta desafia as fronteiras entre espécies e revela uma nova e complexa estratégia evolutiva.

Uma nova investigação arqueológica contesta a ideia do "homem caçador", mostrando que mulheres e crianças na Idade da Pedra também eram enterradas com ferramentas de caça. Esta descoberta sugere que a caça era uma atividade comunitária, desafiando os estereótipos de género sobre a divisão do trabalho na pré-história.

Um estudo revelou que a maioria dos roedores possui unhas nos polegares em vez de garras, uma adaptação que lhes conferiu maior destreza para manipular alimentos como nozes. Esta vantagem competitiva pode explicar por que os roedores se tornaram um dos grupos de mamíferos mais diversificados e bem-sucedidos do planeta.

Através de uma 'autópsia' a fósseis de pterossauros com milhões de anos, investigadores concluíram que estes jovens répteis voadores morreram afogados após serem apanhados por fortes tempestades. As fraturas nas suas asas indicam que foram arrastados pelo vento, uma descoberta que altera a compreensão sobre o seu habitat e modo de vida.

O investigador João Ribeiro conquistou uma bolsa de 1,5 milhões de euros do ERC para desenvolver novas teorias sobre a correção de erros de sincronização em comunicações. A sua investigação é fundamental para a fiabilidade de tecnologias emergentes, como o armazenamento de dados em ADN.

A investigadora Liliana Santos foi premiada pelo seu trabalho inovador no desenvolvimento de radiofármacos para detetar e tratar metástases cerebrais do cancro da mama HER2+.

A sua investigação oferece novas estratégias para contornar a resistência terapêutica e melhorar a sobrevida das doentes.