Briefing: Avanços científicos da semana

Uma colaboração internacional, com participação da Fundação Champalimaud, produziu o primeiro mapa cerebral completo da tomada de decisão em ratinhos.

Os resultados, publicados na Nature, mostram que este processo é distribuído por todo o cérebro, contrariando modelos hierárquicos e sugerindo que o cérebro funciona como uma máquina de previsão, com implicações para o estudo de doenças psiquiátricas.

Cientistas das Universidades de Coimbra e Lund identificaram combinações de fatores para reprogramar células em subtipos específicos de células dendríticas, essenciais para a resposta imunitária.

Esta abordagem, já demonstrada em modelos animais de cancro, promete desenvolver imunoterapias mais personalizadas e eficazes, com potencial aplicação também em doenças como a diabetes e a artrite reumatoide.

Uma equipa da Universidade de Coimbra criou músculos artificiais que utilizam a vaporização da água para gerar movimento, uma abordagem segura e de baixo custo.

A tecnologia, já testada com sucesso numa mão robótica e num robô quadrúpede, tem um vasto potencial de aplicação, desde a robótica bioinspirada a próteses e soluções industriais.

Com uma bolsa ERC de 2,1 milhões de euros, a investigadora Vanessa Coelho-Santos irá liderar um projeto na Universidade de Coimbra para estudar a formação da rede de microvasos no cérebro de recém-nascidos. A investigação focar-se-á no papel das células imunitárias cerebrais (microglias) neste processo, com o objetivo de compreender melhor o desenvolvimento cerebral e abrir portas a avanços na medicina regenerativa.

Uma análise detalhada de dois fósseis de pterossauros juvenis encontrados na Alemanha revelou que os animais morreram provavelmente devido a fortes tempestades. A "autópsia" mostrou fraturas nas asas consistentes com uma colisão violenta, seguida de afogamento, o que também explica o seu excecional estado de preservação na lama calcária.

Investigadores criaram plantas suculentas que brilham no escuro através da injeção de partículas de fósforo nas suas folhas, uma técnica barata e que não envolve modificação genética.

Embora a intensidade da luz seja limitada e os efeitos a longo prazo desconhecidos, a descoberta abre portas para futuras aplicações em iluminação sustentável e bio-integrada.

Uma nova espécie de aranha caçadora, *Cebrennus herculis*, foi formalmente identificada em Espanha, marcando a primeira vez que o género *Cebrennus* é registado na Europa continental.

O nome da espécie homenageia Hércules, e a sua descoberta sublinha a biodiversidade ainda por explorar na Península Ibérica.

Investigadores da Universidade do Minho identificaram os genes ATO como essenciais para a sobrevivência do fungo *Candida albicans* no intestino fragilizado por antibióticos.

Ao bloquear estes genes, que permitem ao fungo alimentar-se de acetato, foi possível impedir a sua colonização em modelos animais, abrindo um novo caminho para terapias antifúngicas.

Uma inteligência artificial desenvolvida na Universidade da Pensilvânia demonstrou a capacidade de criar novos antibióticos.

A ferramenta identificou dezenas de moléculas candidatas, com duas a mostrarem-se eficazes no tratamento de infeções cutâneas em modelos animais, ao nível dos medicamentos atuais.

Um estudo a um molar de Neandertal de 49 mil anos da gruta de El Sidrón, em Espanha, revelou a presença de cáries.

A investigação concluiu que as lesões resultaram do desgaste dentário provocado pelo uso da boca como ferramenta, combinado com uma dieta que incluía alimentos ricos em amido, como pinhões.