Briefing: Bolsa Nacional e Internacional ontem

A nova tarifa de 100% de Trump sobre semicondutores importados visa repatriar a produção industrial para os EUA. A Apple evitou a medida ao anunciar um investimento massivo de 600 mil milhões de dólares no país, o que resultou numa forte valorização das suas ações e demonstrou o poder das políticas tarifárias para influenciar a estratégia corporativa global.

A reconfiguração acionista da Martifer, com a entrada da Visabeira e o reforço do controlo conjunto com a Mota-Engil, resultou numa OPA obrigatória.

O baixo preço da oferta e a intenção de retirar a empresa de bolsa provocaram uma queda acentuada nas ações, colocando os acionistas minoritários perante um dilema significativo.

A sessão de ontem em Wall Street foi marcada por um forte desempenho do setor tecnológico, que levou o Nasdaq a uma subida de 1,21%. A Apple foi a principal impulsionadora, enquanto os resultados na área de centros de dados e IA castigaram a AMD e a Super Micro Computer, evidenciando a sensibilidade do mercado aos resultados neste segmento.

A Altice Portugal anunciou um corte de 16% da sua força de trabalho, citando a necessidade de adaptação à IA e a otimização de custos. A medida, que envolve a saída de mil trabalhadores, reflete uma tendência global de reestruturação empresarial impulsionada pela tecnologia e pela pressão competitiva no setor das telecomunicações.

A Honda reportou uma queda de 50% nos lucros, um resultado que a empresa ligou diretamente às tarifas dos EUA.

O caso da Honda serve como um exemplo claro de como a política comercial protecionista está a afetar a rentabilidade das grandes construtoras automóveis, mesmo quando as vendas em mercados-chave permanecem fortes.

A Novo Nordisk apresentou lucros semestrais robustos, mas a revisão em baixa das suas previsões anuais, devido a um abrandamento nas vendas do Wegovy, gerou preocupação nos mercados.

O anúncio sublinha a intensa concorrência e as elevadas expectativas no mercado de medicamentos para a perda de peso.

A ameaça de tarifas de até 250% por parte da administração Trump sobre a indústria farmacêutica representa uma escalada significativa na guerra comercial. A medida já está a causar instabilidade no setor, com as ações das principais empresas a reagirem negativamente à perspetiva de uma disrupção radical nas suas cadeias de abastecimento e modelos de negócio.

O PSI fechou a sessão de ontem com ganhos, impulsionado pela forte subida da Mota-Engil.

A valorização da construtora reflete a perceção positiva do mercado sobre o seu papel na reestruturação acionista da Martifer, que culminou no lançamento de uma OPA.

A Disney apresentou lucros trimestrais que duplicaram, superando as expectativas, graças à força dos seus parques temáticos e à melhoria da rentabilidade do streaming. A empresa também sinalizou uma mudança estratégica, focando-se mais na rentabilidade do que no número de subscritores, ao anunciar o fim da divulgação dessa métrica e a integração global do Hulu.

A Eletrobras registou um prejuízo semestral significativo devido a um ajuste contabilístico extraordinário imposto pelo regulador.

Excluindo este efeito, o resultado ajustado da empresa foi positivo, permitindo-lhe anunciar a distribuição de dividendos e mostrando uma resiliência operacional subjacente.