Briefing: Bolsa Nacional e Internacional ontem

O mercado acionista norte-americano registou perdas generalizadas, com os principais índices a fecharem no vermelho.

O sentimento negativo foi alimentado por receios de uma crise nos bancos regionais, exemplificada pelas quedas acentuadas das ações do Zions e do Western Alliance devido a problemas com a qualidade do crédito.

O preço do ouro continua a bater recordes, aproximando-se dos 4.400 dólares por onça, impulsionado pela incerteza geopolítica, tensões comerciais EUA-China, a perspetiva de cortes de juros pela Fed e a forte procura por parte de bancos centrais como ativo de refúgio.

A prata também atingiu um novo máximo histórico.

O principal índice da bolsa de Lisboa, o PSI, fechou em alta e atingiu um novo máximo de 15 anos.

A subida foi liderada pelos ganhos acentuados da Teixeira Duarte e das empresas do grupo EDP, num dia globalmente positivo para as praças europeias.

O chanceler alemão propôs a criação de uma bolsa de valores europeia unificada para aumentar a competitividade face aos EUA e Ásia, evitando a fuga de empresas para mercados estrangeiros.

A ideia foi bem recebida pela Euronext e pela Deutsche Börse, apesar dos reconhecidos desafios políticos e regulatórios à sua implementação.

Apesar do forte 'bull market' que impulsionou as bolsas globais para máximos históricos em 2025, os analistas alertam para riscos crescentes.

Uma eventual escalada da guerra comercial EUA-China, uma bolha na IA, resultados empresariais dececionantes ou uma recessão nos EUA são algumas das principais ameaças que podem reverter a tendência de alta.

Os mercados acionistas europeus terminaram o dia maioritariamente no 'verde', com o CAC 40 de Paris a registar a subida mais acentuada.

O otimismo foi parcialmente sustentado por bons resultados empresariais, como os da Nestlé, e por um alívio nas preocupações com as tensões comerciais entre os EUA e a China.

Um discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, foi interpretado pelo mercado como 'dovish', reforçando as expectativas de que a autoridade monetária poderá em breve cortar novamente as taxas de juro.

Esta perspetiva tem apoiado o desempenho dos mercados acionistas e é um fator chave na valorização recorde do ouro.

As bolsas asiáticas tiveram, na sua maioria, um dia de ganhos, com o índice Nikkei do Japão a negociar em máximos históricos.

O otimismo foi impulsionado pelo setor tecnológico e pelas expectativas de uma política monetária mais flexível por parte da Fed, embora a China tenha apresentado um desempenho mais fraco devido às tensões comerciais.

O mercado petrolífero exibiu volatilidade, com os preços do Brent e do WTI a oscilarem entre ganhos e perdas ao longo do dia.

A longo prazo, os preços têm sido pressionados pela estratégia da OPEP+ de aumentar a produção, resultando numa queda de mais de 10% no Brent este ano.

A disputa comercial entre os EUA e a China continua a ser um fator de grande influência nos mercados financeiros.

Enquanto a incerteza alimenta a procura por ouro como ativo de refúgio, a ameaça de novas tarifas é considerada o principal risco para a continuidade do 'bull market' nas bolsas globais.