Briefing: Bolsa Nacional e Internacional ontem

A escalada na disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo foi o principal fator de pessimismo nos mercados, com os investidores a temerem o impacto de novas tarifas e restrições na economia global, o que levou a uma fuga para ativos de refúgio.

A sessão em Wall Street refletiu a luta entre as preocupações com a guerra comercial e as esperanças de um alívio da política monetária pela Fed, resultando num fecho misto que expôs a resiliência do setor industrial e a vulnerabilidade do setor tecnológico.

A forte procura por ouro e prata como ativos de refúgio, impulsionada por tensões comerciais, expectativas de política monetária expansionista e instabilidade política, levou os metais preciosos a quebrar recordes históricos, com analistas a preverem a continuação da tendência de alta.

Apesar de um arranque positivo da época de resultados, com lucros fortes no setor bancário, o sentimento dos investidores foi dominado por preocupações macroeconómicas, nomeadamente a guerra comercial, limitando o impacto positivo dos balanços empresariais.

O sentimento negativo prevaleceu na maioria das bolsas europeias, que recuaram devido ao temor de uma escalada no conflito comercial EUA-China, ofuscando o início da época de resultados e penalizando os ativos considerados de maior risco.

A bolsa portuguesa demonstrou resiliência, alcançando um fecho positivo num dia maioritariamente negativo para a Europa, graças a um forte movimento de compra sobre as ações da Teixeira Duarte que compensou as perdas noutros títulos do índice principal.

As perspetivas de um abrandamento da procura global e de um excesso de oferta, corroboradas por relatórios da OPEP e da AIE, levaram a uma correção em baixa nos preços do petróleo, refletindo as preocupações com a saúde da economia mundial.

A perspetiva de uma política monetária mais expansionista por parte da Fed, com um esperado corte nas taxas de juro, funcionou como um contrapeso às notícias negativas, sustentando parcialmente os mercados de ações e impulsionando ativos como o ouro.

A contínua paralisação do governo dos EUA adiciona uma camada de incerteza à economia, com o secretário do Tesouro a admitir os primeiros impactos reais e os mercados a ressentirem-se da falta de dados económicos cruciais para a política monetária.

A situação política em França, marcada pela apresentação de um orçamento controverso e a ameaça de instabilidade governamental, foi um dos focos de incerteza na Europa, contribuindo para a cautela dos investidores e para o desempenho negativo de alguns mercados.