Briefing: Crise no Médio Oriente

A guerra em Gaza gerou uma catástrofe humanitária sem precedentes, marcada por um número alarmante de vítimas infantis e pela desintegração quase total dos serviços de saúde, enquanto a violência contínua no terreno mina as esperanças de alívio imediato para a população civil.

A iniciativa de paz norte-americana para Gaza está paralisada pela desconfiança mútua, por uma cisão estratégica no seio do Hamas entre as suas alas política e militar, e por mensagens contraditórias da liderança israelita, tornando o seu sucesso incerto.

A nova investigação da ONU procura estabelecer um registo formal e responsabilizar os autores de graves crimes de direitos humanos no Afeganistão, abrangendo tanto os atos do regime talibã como as operações de forças internacionais, apesar da oposição de alguns países.

O quarto aniversário do domínio talibã evidencia o abismo entre a propaganda do regime e a realidade de um Afeganistão mergulhado na repressão sistemática, especialmente contra as mulheres, e numa crise humanitária profunda.

Um apagão de comunicações de quase 48 horas no Afeganistão, atribuído aos talibãs, isolou a população e paralisou serviços vitais, reforçando o controlo do regime sobre a informação e aprofundando o clima de medo no país.

Protestos em larga escala na Malásia, com o apoio do governo, demonstram uma forte condenação pública e oficial das ações de Israel contra a flotilha de ajuda a Gaza, aumentando a pressão diplomática sobre os Estados Unidos como principal aliado de Israel.

A garantia de segurança dos EUA ao Qatar, na sequência de um ataque israelita em Doha, sublinha o papel indispensável do emirado como mediador e aliado americano, redefinindo as dinâmicas de poder e as linhas vermelhas na volátil geopolítica do Médio Oriente.