Briefing: Crise no Médio Oriente

A tempestade polar em Gaza exacerbou uma catástrofe humanitária já existente, resultando em mortes por hipotermia e inundações generalizadas.

Agências da ONU alertam para uma crise de saúde iminente devido às condições insalubres e pedem um aumento urgente da ajuda internacional para evitar mais perdas de vidas entre a população deslocada.

A retaliação norte-americana contra o Estado Islâmico na Síria foi uma operação militar massiva, justificada como um ato de vingança. O desenvolvimento mais notável foi o apoio declarado do novo governo sírio, sinalizando um realinhamento estratégico significativo entre Washington e Damasco na luta contra o terrorismo.

O processo de paz para Gaza encontra-se num impasse crítico. A exigência de desarmamento do Hamas, a recusa de Israel em avançar sem a devolução de todos os reféns e a contínua violência no terreno ameaçam o frágil cessar-fogo e o futuro do plano de paz mediado pelos EUA.

A morte do jovem palestiniano na Cisjordânia evidencia uma perigosa escalada de violência, alimentada por ataques de colonos e por uma retórica inflamatória de altos responsáveis israelitas.

A ONU condena veementemente esta situação, alertando que a expansão dos colonatos e a glorificação da violência estão a minar qualquer perspetiva de paz.

O assassinato seletivo de um comandante sénior do Hamas por Israel, em aparente violação do cessar-fogo, desencadeou uma crise diplomática com os Estados Unidos. O episódio evidencia a divergência de prioridades entre os dois aliados, com Washington a focar-se na manutenção da paz e Israel a prosseguir com a eliminação da liderança do Hamas.

O levantamento das sanções da "Lei César" e a cooperação declarada contra o Estado Islâmico marcam uma viragem significativa nas relações entre os EUA e a Síria.

Esta nova dinâmica reflete uma abordagem pragmática de Washington face à nova realidade política em Damasco, priorizando a estabilidade e os interesses de segurança comuns.

A incursão de colonos em Gaza, com o apoio de membros do governo israelita, revela uma forte pressão interna para a reocupação e recolonização do território. Esta agenda representa um desafio significativo aos esforços diplomáticos internacionais e aumenta o risco de novos conflitos sobre o futuro estatuto de Gaza.

A situação na fronteira israelo-libanesa é de uma paz frágil e contraditória.

Enquanto a UNIFIL trabalha para limpar os vestígios de conflitos passados, ataques aéreos israelitas contínuos contra o Hezbollah demonstram que as hostilidades permanecem ativas, mantendo um elevado risco de escalada.

Apesar do cessar-fogo, a situação em Gaza continua a ser de violência e destruição. As acusações da B'Tselem, corroboradas por ataques a alvos civis e pela contínua descoberta de corpos, sugerem que a estratégia de Israel visa tornar o enclave inabitável, em violação do direito internacional.

O acordo de gás entre Israel e o Egito, de valor recorde, demonstra a capacidade dos interesses energéticos e económicos de sustentarem relações estratégicas na região, mesmo num clima de elevada tensão política e condenação pública devido ao conflito israelo-palestiniano.