Briefing: Crise no Médio Oriente

A fronteira israelo-libanesa permanece um foco de instabilidade, com ameaças militares de Israel, uma postura defensiva mais assertiva do Líbano e a continuação de ataques que violam o cessar-fogo de 2024. A situação, marcada por um elevado número de vítimas civis e incidentes com forças da ONU, ameaça descambar para um conflito mais vasto.

A intensificação dos ataques israelitas em Gaza, que provocou um elevado número de vítimas civis, demonstra a extrema fragilidade do cessar-fogo.

Embora Israel justifique as suas ações como retaliação a violações do Hamas, a escala da ofensiva levanta sérias questões sobre a proporcionalidade e o compromisso com a trégua.

O cessar-fogo em Gaza está sob grande pressão, com o Hamas a acusar Israel e os EUA de minarem deliberadamente o acordo. Incidentes como o bloqueio de equipas de resgate turcas reforçam a desconfiança, enquanto a decisão de Israel de levantar o estado de emergência no seu território sugere uma perspetiva unilateral sobre a estabilidade da região.

A devolução dos corpos dos reféns Amiram Cooper e Sahar Baruch pelo Hamas constitui um passo significativo no cumprimento do acordo de cessar-fogo. No entanto, as trágicas circunstâncias das suas mortes e as disputas sobre a identidade dos corpos devolvidos sublinham a profunda desconfiança e a complexidade da implementação de medidas humanitárias no rescaldo do conflito.

As negociações de paz em Istambul representaram um momento de esperança para a desescalada do conflito fronteiriço entre o Paquistão e o Afeganistão. Mediadas pela Turquia e pelo Qatar, as conversações visavam abordar as acusações mútuas de apoio ao terrorismo, mas, apesar de um esforço inicial para manter o diálogo, as divergências de fundo acabaram por se revelar intransponíveis.

O colapso das negociações de paz em Istambul marcou o fim dos esforços diplomáticos para resolver o conflito fronteiriço entre o Paquistão e o Afeganistão.

A incapacidade de chegar a um acordo sobre a questão do terrorismo transfronteiriço levou a uma escalada de ameaças militares de ambos os lados, aumentando significativamente o risco de uma guerra aberta na região.

A obrigatoriedade do serviço militar para os judeus ultraortodoxos tornou-se um ponto de rutura na sociedade israelita.

Os protestos em massa refletem uma profunda clivagem cultural e religiosa, ao mesmo tempo que a questão ameaça a estabilidade do governo de Netanyahu e gera ressentimento numa altura em que o país enfrenta múltiplas frentes de conflito.

O rescaldo do conflito Irão-Israel revela uma dualidade na gestão das tensões.

Por um lado, há um movimento pragmático de normalização económica, como a retoma de voos europeus. Por outro, a confrontação continua através de meios assimétricos, como a apreensão de navios e a imposição de multas, indicando que a rivalidade estratégica entre as duas nações permanece ativa e multifacetada.

A era pós-Assad na Síria é caracterizada por um perigoso vácuo de poder, violência sectária e uma intensa disputa por influência entre atores regionais e globais.

A intervenção dos EUA com ajuda humanitária e as ações militares de Israel refletem as complexas dinâmicas em jogo, onde a estabilidade do país está refém de interesses geopolíticos concorrentes.

Sob o domínio talibã, o Afeganistão enfrenta uma profunda crise humanitária e de direitos humanos.

A repressão sistemática das mulheres, exemplificada pelo impacto devastador de um apagão de internet, e o colapso económico e social generalizado mergulharam o país num estado de desespero, apagando anos de progresso e deixando a sua população a “olhar para o abismo”.