Briefing: Crise no Médio Oriente

A ofensiva israelita na Cidade de Gaza intensificou-se com o objetivo declarado de derrotar o Hamas, resultando em destruição massiva, um elevado número de vítimas civis e o deslocamento forçado de centenas de milhares de pessoas, o que agrava de forma dramática a crise humanitária no enclave.

O ataque de Israel em Doha contra líderes do Hamas provocou uma condenação internacional generalizada, incluindo dos EUA, e uma crise diplomática com o Qatar. A ação comprometeu seriamente os esforços de mediação para um cessar-fogo e aumentou significativamente o risco de uma escalada regional.

A cimeira árabe-islâmica no Qatar demonstrou uma forte união na condenação a Israel, apelando a uma aliança defensiva e a sanções internacionais.

A reunião evidenciou a profunda deterioração das relações e a determinação em adotar 'decisões práticas' para enfrentar a percebida ameaça israelita.

A estimativa da ONU de que o número de mortos em Gaza pode atingir 680 mil, em contraste com os números oficiais, reforça as graves acusações de genocídio contra Israel. A declaração de Francesca Albanese e os relatórios da ONU sublinham a escala catastrófica da perda de vidas civis e a urgência de uma investigação internacional.

A aprovação da 'Declaração de Nova Iorque' pela ONU reflete um forte consenso global a favor da solução de dois Estados, isolando diplomaticamente Israel e os EUA nesta questão.

No entanto, a veemente rejeição israelita indica que o caminho para a sua implementação permanece bloqueado por profundas divergências políticas.

A crise humanitária em Gaza atingiu um ponto de rutura, com fome generalizada, subnutrição infantil galopante e o colapso do sistema de saúde.

Organizações como a UNICEF e a OMS alertam que, sem um cessar-fogo e acesso humanitário irrestrito, a catástrofe para a população civil, especialmente crianças, continuará a agravar-se.

A retaliação direta de Israel contra os Huthis no Iémen representa uma grave escalada do conflito no Médio Oriente.

Estes ataques, que causam vítimas civis e destroem infraestruturas, não só agravam a já catastrófica situação humanitária iemenita, como também demonstram a crescente regionalização da guerra em Gaza.

As operações militares israelitas na Cisjordânia, marcadas por detenções em massa e violência, agravam a instabilidade no território.

Estas ações, vistas pela Autoridade Palestiniana como um passo em direção à anexação, alimentam o ciclo de violência e minam qualquer perspetiva de paz.

A reação dos EUA ao ataque em Doha revela uma fissura na aliança com Israel, com a Casa Branca a distanciar-se publicamente da decisão de Netanyahu.

Embora o apoio estratégico se mantenha, o incidente demonstrou os limites da influência americana e os desafios que a administração Trump enfrenta para conter as ações do seu aliado.

As tensões em torno do programa nuclear iraniano persistem, com Teerão a denunciar a ineficácia das garantias internacionais face a ataques de Israel e dos EUA. Apesar de um novo acordo com a AIEA, a desconfiança e a ameaça de retaliação iraniana mantêm a região sob o risco de uma escalada nuclear.