Briefing: Crise no Médio Oriente

A escalada de ataques israelitas no Líbano, apesar da disponibilidade libanesa para negociar, mina o cessar-fogo de 2024.

As acusações mútuas e as baixas civis crescentes aumentam o risco de um conflito generalizado, com apelos internacionais para que Israel cesse as agressões e privilegie a via diplomática.

A recente vaga de bombardeamentos israelitas em Gaza, que causou mais de 100 mortos, quebrou a trégua e intensificou a troca de acusações. Israel alega violações do Hamas, incluindo um incidente com restos mortais de reféns, enquanto o Hamas acusa Israel e os EUA de sabotarem o acordo, deixando o futuro do cessar-fogo e da estabilidade regional em grande incerteza.

A troca de reféns e prisioneiros entre Israel e Hamas foi marcada por controvérsia, com a entrega de restos mortais errados a servir de pretexto para a quebra do cessar-fogo por Israel. Embora a devolução correta dos corpos de dois outros reféns tenha ocorrido posteriormente, o incidente revelou a fragilidade do acordo e a profunda desconfiança entre as partes.

A demissão da procuradora-geral militar israelita após a divulgação de um vídeo de violação na prisão de Sde Teiman evidencia graves alegações de abusos sistemáticos contra detidos palestinianos. O incidente gerou uma crise política, com ministros de extrema-direita a apoiarem os soldados acusados, e reforçou as denúncias de tortura feitas por ONGs, manchando a imagem das forças de defesa israelitas.

O Irão continua a sua campanha de pressão contra Israel através de ações diretas, como a apreensão de navios e a exigência de multas, e do apoio contínuo a grupos armados como o Hezbollah e o Hamas.

Esta estratégia multifacetada alimenta a instabilidade regional e posiciona o Irão como um ator central nos conflitos que envolvem Israel.

A Síria pós-Assad é um palco de instabilidade interna e de realinhamentos geopolíticos.

Enquanto o novo governo luta para se consolidar, confrontos sectários atraem intervenções dos EUA e de Israel.

Simultaneamente, a Turquia normaliza relações com Damasco, num movimento estratégico que reflete as novas dinâmicas de poder na região.

O conflito fronteiriço entre Afeganistão e Paquistão persiste devido à recusa do regime talibã em dar garantias a Islamabad sobre o combate a grupos terroristas.

As negociações, marcadas por fracassos e ameaças de "guerra aberta", foram retomadas sob mediação internacional, mas a desconfiança mútua mantém a região sob elevada tensão.

A retirada completa das forças do PKK da Turquia representa um marco decisivo no processo de paz, pondo fim a 40 anos de conflito armado.

O governo turco saudou a medida, e os partidos curdos agora pressionam por reformas legais e políticas, incluindo a libertação de Abdullah Ocalan, como próximos passos cruciais para uma paz duradoura.

A imposição do serviço militar obrigatório aos judeus ultraortodoxos está a causar uma profunda crise em Israel.

Protestos massivos e a oposição dos partidos religiosos ameaçam a estabilidade do governo de Netanyahu, num momento em que as forças armadas necessitam urgentemente de mais efetivos para os seus múltiplos conflitos.

A crise humanitária no Afeganistão agrava-se sob o regime talibã, com a ONU a denunciar que ações como apagões de telecomunicações têm consequências fatais e violam os direitos humanos, especialmente das mulheres.

O cenário é de um colapso social, com a perda de liberdades e o aumento da pobreza a definirem a vida quotidiana.