Briefing: Crise no Médio Oriente

O assassinato de seis jornalistas por um ataque aéreo israelita em Gaza, justificado por Israel com acusações de terrorismo contra uma das vítimas, provocou uma condenação internacional generalizada por parte de entidades como a ONU, a UE e a OIC, que apelam a investigações imparciais e destacam os riscos extremos enfrentados pela imprensa na região.

A situação humanitária em Gaza é catastrófica, com a OMS a refutar as alegações israelitas de aumento da ajuda.

Os hospitais estão a colapsar, há uma grave escassez de material médico e as mortes por desnutrição aumentam, criando o que um trabalhador humanitário descreveu como "o sítio mais imprevisível e inseguro na Terra".

Israel prepara-se para uma grande ofensiva terrestre para tomar o controlo da Cidade de Gaza, uma medida confirmada por líderes militares e imagens de satélite.

Esta "nova fase" visa desmantelar o Hamas, mas enfrenta dissidência interna e condenação internacional devido ao elevado risco de vítimas civis e ao potencial perigo para os reféns restantes.

O conflito militar direto entre o Irão e Israel provocou baixas significativas em ambos os lados e desencadeou uma repressão interna massiva no Irão, com mais de 21.000 detenções e várias execuções por alegada espionagem. Em meio à tensão, o Irão retomou cautelosamente o contacto com a agência nuclear da ONU.

Uma onda crescente de apoio internacional ao reconhecimento de um Estado palestiniano, liderada pela Austrália e outras nações ocidentais, visa pressionar por uma solução de dois Estados. A iniciativa é vista como uma forma de quebrar o ciclo de violência, mas enfrenta forte oposição de Israel e ceticismo dos Estados Unidos.

O julgamento por corrupção de Benjamin Netanyahu está prestes a intensificar-se, com uma ordem judicial que exige a sua presença semanal no tribunal a partir de novembro.

Esta decisão surge após numerosos adiamentos justificados por razões de saúde, segurança e diplomáticas, incluindo uma intervenção do Presidente dos EUA, Donald Trump.

Os esforços para um cessar-fogo em Gaza são retomados com a ida de uma delegação do Hamas ao Egito. As negociações centram-se numa proposta dos EUA que exige a libertação de todos os reféns, uma condição que colide com os planos simultâneos de Israel para uma grande escalada militar.

O Estado Islâmico intensificou os seus ataques na província de Cabo Delgado, em Moçambique, com decapitações e pilhagens, o que agravou a crise humanitária e deslocou mais de 57.000 pessoas recentemente, apesar dos esforços das milícias locais e das forças governamentais.

Um grupo significativo de antigos eurodeputados está a pressionar a UE para suspender o seu acordo de associação com Israel, citando alegados crimes de guerra em Gaza. Este apelo a uma ação mais forte junta-se à recente condenação por parte da UE do assassinato de jornalistas por Israel, sinalizando um crescente descontentamento na Europa sobre a condução da guerra.

Numa forte condenação das ações israelitas, a Liga Árabe apelou a um embargo internacional de armas a Israel e à instauração de processos por crimes de guerra.

A organização rejeitou os planos de Israel para Gaza e instou a uma ação global para proteger os palestinianos do que classificou como "genocídio".