Briefing: Crise no Médio Oriente

O plano de Israel para ocupar a Cidade de Gaza, aprovado apesar da oposição interna das chefias militares, representa uma nova e perigosa fase do conflito. A estratégia visa a derrota total do Hamas e a instalação de uma nova administração civil, mas levanta sérias preocupações sobre o destino dos reféns e o agravamento da crise humanitária.

A resposta internacional ao plano de Israel foi de forte e generalizada rejeição, com a União Europeia e vários países a alertarem para graves consequências diplomáticas.

As críticas centram-se no agravamento da crise humanitária, na violação do direito internacional e no retrocesso nos esforços para um cessar-fogo, isolando ainda mais a posição do governo de Netanyahu.

A suspensão de exportações militares por parte da Alemanha e dos Países Baixos representa uma das mais fortes reações europeias ao plano de Israel para Gaza.

Esta medida traduz a preocupação com a violação do direito humanitário em ações concretas, aumentando a pressão diplomática sobre o governo de Netanyahu.

A declaração dos EUA de que não tencionam reconhecer um Estado palestiniano e que a sua prioridade é a erradicação do Hamas demarca a sua posição da de muitos aliados. Esta postura alinha-se com os objetivos militares de Israel, mas afasta Washington dos esforços diplomáticos baseados na solução de dois Estados, aprofundando as divisões internacionais sobre o futuro do conflito.

A crise humanitária em Gaza atingiu um ponto crítico, com a fome a ser utilizada como arma de guerra e civis a serem atacados enquanto procuram ajuda.

Organizações no terreno alertam para um número crescente de mortes por subnutrição, especialmente entre crianças, e para uma violência sistemática que agrava o sofrimento de uma população encurralada.

A resposta do Hamas ao plano de ocupação israelita foi dupla: uma forte condenação, classificando-o como um crime de guerra que põe em risco os reféns, e uma declaração de abertura para um acordo total que ponha fim ao conflito.

Esta posição evidencia a centralidade dos reféns na crise e a profunda desconfiança entre as partes.

O plano de Netanyahu para Gaza enfrenta uma forte contestação interna, que une famílias de reféns, oposição política e até altas patentes militares. As críticas apontam para a irresponsabilidade da estratégia, os riscos para a vida dos reféns e soldados, e a ausência de uma visão para o futuro, refletindo uma profunda divisão na sociedade israelita sobre o rumo da guerra.

O Líbano encontra-se numa encruzilhada perigosa, com o governo a tentar afirmar a soberania do Estado através do desarmamento do Hezbollah, uma decisão que enfrenta resistência interna e externa.

Simultaneamente, os contínuos ataques israelitas e a descoberta de infraestruturas militares do Hezbollah pela ONU demonstram a fragilidade da paz na fronteira norte de Israel.

A Autoridade Nacional Palestiniana rejeita categoricamente o plano de Israel para Gaza, considerando-o uma continuação do genocídio.

Simultaneamente, procura afirmar-se como a única entidade legítima para administrar o território no pós-guerra, apelando à intervenção da comunidade internacional para travar a ofensiva israelita e apoiar a sua governação.

As Nações Unidas condenaram firmemente o plano de Israel para Gaza, exigindo a sua suspensão imediata por violar o direito internacional e as ordens do TIJ.

A organização apelou urgentemente ao restabelecimento do acesso humanitário para combater a fome, que descreve como uma arma de guerra usada contra a população civil.