Briefing: Criptomoedas

A Bitcoin e o mercado de criptomoedas em geral sofreram perdas superiores a um bilião de euros em seis semanas, com a principal criptomoeda a atingir mínimos de sete meses. A queda é atribuída à aversão ao risco, impulsionada pela diminuição das expectativas de cortes nas taxas de juro pela Fed dos EUA e pelos receios de sobrevalorização no setor tecnológico.

O Bison Bank prepara-se para ser pioneiro em Portugal ao integrar serviços de criptoativos diretamente na sua operação bancária, fundindo-se com a sua subsidiária Bison Digital Assets.

A concretização do projeto depende da célere implementação da legislação europeia MiCA em Portugal, um passo que o seu CEO considera crucial para a competitividade do país no setor.

O BCE planeia lançar um piloto do Euro Digital em 2027, com emissão prevista para 2029, para criar uma alternativa pública e regulada às criptomoedas privadas e reforçar o sistema de pagamentos europeu. Embora o projeto seja visto como estratégico, enfrenta desafios de implementação e necessita de demonstrar um valor claro para os cidadãos, com alguns especialistas a sugerirem que modelos híbridos com stablecoins poderiam ser mais ágeis.

A banca tradicional, como o Bankinter, está a entrar no espaço dos ativos digitais de forma seletiva, focando-se em stablecoins e moedas digitais de bancos centrais.

Esta abordagem permite-lhes inovar em pagamentos digitais enquanto evitam a volatilidade e os riscos regulatórios das criptomoedas descentralizadas como a Bitcoin.

A implementação do regulamento europeu MiCA em Portugal é um fator crítico para o desenvolvimento do mercado de criptoativos. O atraso na sua adoção é visto por líderes do setor, como o CEO do Bison Bank, como um entrave à competitividade, que impede a inovação e o surgimento de novos modelos de negócio, como os criptobancos, num mercado global cada vez mais regulado.

A ligação entre os mercados de criptoativos e de ações de tecnologia está a solidificar-se, com o sentimento em torno da Inteligência Artificial a influenciar diretamente o valor das criptomoedas. Esta correlação, evidenciada pela recente queda simultânea em ambos os setores, sugere que os criptoativos estão a ser cada vez mais tratados como ativos de risco semelhantes às ações de tecnologia, aumentando o potencial de contágio em períodos de instabilidade.