Briefing: Criptomoedas

A recente queda acentuada da Bitcoin e do mercado de criptoativos reflete uma crescente sensibilidade a fatores macroeconómicos, como a política de taxas de juro da Reserva Federal dos EUA, e ao sentimento de risco nos mercados tradicionais, nomeadamente no setor tecnológico. A perda de mais de um bilião de euros em valor de mercado em poucas semanas sublinha a volatilidade inerente a estes ativos e a sua interconexão com o sistema financeiro global.

A estratégia do Bison Bank para se estabelecer como o primeiro criptobanco em Portugal está intrinsecamente ligada à célere implementação da regulamentação MiCA.

A iniciativa representa um passo significativo para a institucionalização dos criptoativos no sistema financeiro português, podendo criar um precedente para outras instituições e aumentar a competitividade do país no setor da inovação financeira digital.

O projeto do Euro Digital representa uma resposta estratégica do BCE à digitalização das finanças, procurando oferecer uma alternativa pública e regulada às criptomoedas privadas e às plataformas de pagamento estrangeiras.

Embora o seu sucesso dependa da superação de desafios técnicos e da sua proposta de valor para os cidadãos, a iniciativa já está a influenciar a estratégia de inovação dos bancos comerciais e sinaliza uma profunda transformação no ecossistema de pagamentos europeu.

Os alertas emitidos tanto por banqueiros comerciais como pelo BCE sublinham uma preocupação crescente com a expansão de atividades financeiras não reguladas, com destaque para as criptomoedas. A falta de um enquadramento de supervisão equivalente ao da banca tradicional é vista como um risco potencial para a estabilidade financeira e um fator de concorrência desleal, reforçando a urgência de regulamentações como o MiCA para mitigar estas ameaças.