Briefing: Criptomoedas

O desenvolvimento do euro digital pelo BCE representa um passo crucial para a modernização dos pagamentos na Europa.

No entanto, o seu sucesso dependerá da capacidade de responder às expectativas dos cidadãos em matéria de simplicidade e segurança, como indicam vários estudos. A participação de empresas como a Feedzai evidencia os desafios tecnológicos e as considerações geopolíticas, como a soberania de dados, que moldam este projeto ambicioso.

A proliferação de burlas com criptomoedas expõe uma vulnerabilidade crítica na literacia financeira e digital dos investidores portugueses. A aliança entre a DECO PROteste e a CMVM visa mitigar este risco através da educação e de uma ação coordenada, mas a principal linha de defesa continua a ser a prudência e o ceticismo dos consumidores perante promessas de ganhos fáceis e rápidos.

A crescente utilização de stablecoins em Portugal, especialmente no setor empresarial, reflete uma procura por alternativas financeiras mais ágeis.

Simultaneamente, a implementação do regulamento MiCA pela União Europeia marca um passo decisivo para a legitimação e segurança do mercado de criptoativos, procurando equilibrar a gestão de riscos com o incentivo à inovação tecnológica no espaço financeiro europeu.

As criptomoedas estão a consolidar-se como uma opção de investimento relevante para as novas gerações, impulsionadas pela tecnologia e pela facilidade de acesso.

Apesar da desconfiança do setor financeiro tradicional relativamente à sua natureza especulativa, há um reconhecimento crescente do seu potencial de diversificação. O futuro da sua integração no mercado dependerá da evolução da regulação, do reforço da literacia financeira e da capacidade do setor para construir um ecossistema de confiança.