Briefing: Encerramentos de urgências esta semana

Na segunda-feira, 11 de agosto, a falta de médicos especialistas forçou o encerramento de quatro urgências de obstetrícia e o condicionamento de outras cinco, evidenciando uma crise estrutural no SNS e limitando severamente o acesso a cuidados para grávidas a nível nacional.

O fim de semana de 9 e 10 de agosto registou o encerramento de até seis urgências em simultâneo, sobretudo de obstetrícia e pediatria, em hospitais como os de Vila Franca de Xira, Almada e Aveiro, confirmando a persistência da crise de recursos humanos no SNS.

A crise nas urgências de obstetrícia resultou no nascimento de, pelo menos, três bebés em ambulâncias em localidades como Salvaterra de Magos e Moita, devido à necessidade de reencaminhar grávidas para hospitais distantes, evidenciando os riscos diretos para a segurança dos utentes.

O fecho das urgências em Leiria e Aveiro causou uma sobrecarga insustentável na Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra.

Em resposta, 16 médicos pediram escusa de responsabilidade, alertando para o risco de erro clínico devido ao excesso de trabalho.

A crise que levou ao fecho de múltiplas urgências por todo o país é atribuída de forma consistente à falta de médicos especialistas para preencher as escalas, um problema estrutural do SNS que se agrava em períodos de férias e aumenta a pressão sobre os profissionais.

O Hospital de Vila Franca de Xira foi um epicentro da crise, com os serviços de urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria encerrados de forma contínua durante o fim de semana e a segunda-feira, forçando o desvio de utentes e contribuindo para situações de risco.

A urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, esteve encerrada durante o fim de semana e na segunda-feira, 11 de agosto, devido à falta de médicos, contribuindo para a sobrecarga da já debilitada rede de cuidados maternos na Margem Sul.

A urgência de Obstetrícia do Hospital de Abrantes esteve encerrada no dia 11 de agosto por falta de médicos, limitando o acesso a cuidados para grávidas na região do Médio Tejo e aumentando a pressão sobre o hospital de Santarém, que também operava com constrangimentos.

A urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Aveiro esteve encerrada durante o fim de semana e na segunda-feira, 11 de agosto, o que contribuiu diretamente para a sobrecarga da maternidade em Coimbra e para o protesto dos médicos dessa unidade.

O Hospital do Barreiro viu a sua urgência de Obstetrícia encerrada e a de Pediatria condicionada, uma situação que contribuiu para, pelo menos, um parto em ambulância na região e acentuou a crise de acesso a cuidados de saúde na Margem Sul.