Briefing: Concertos e festivais

A crescente ameaça de boicote por parte de vários países coloca a UER numa posição delicada, forçando-a a confrontar a dimensão política de um evento que se pretende unificador.

A decisão sobre a participação de Israel será determinante para a configuração e a integridade do Festival Eurovisão da Canção 2026, podendo levar a uma das edições mais fragmentadas da sua história.

Os festivais de verão consolidam-se como ativos económicos cruciais para as regiões que os acolhem, com o RFM Somnii a liderar o crescimento da faturação. O estudo evidencia que os consumidores estrangeiros, apesar de em menor número, gastam consideravelmente mais que os nacionais, sublinhando a importância do turismo internacional para a sustentabilidade e impacto financeiro destes eventos.

O anúncio precoce dos Jamiroquai como cabeça de cartaz do Ageas Cooljazz 2026 demonstra a estratégia do festival de capitalizar em nomes consagrados para garantir uma forte adesão do público. O regresso da banda a Portugal é um dos destaques do panorama musical para 2026, prometendo uma noite de celebração do funk e do jazz num dos cenários mais emblemáticos de Cascais.

O cartaz do Coachella 2026 assinala uma viragem estratégica do festival ao abraçar a diversidade cultural com a nomeação de Karol G como a primeira cabeça de cartaz latina. A combinação do seu sucesso global com o regresso de Justin Bieber e a presença de Sabrina Carpenter promete uma edição histórica, com forte apelo mediático e comercial.

A edição de 2025 das Feiras Novas destacou-se pela fusão bem-sucedida entre a tradição secular da romaria e a cultura pop, exemplificada pela gravação do videoclipe dos D.A.M.A.

Este momento simbólico reforçou o estatuto do evento como um património vivo, capaz de se reinventar e dialogar com a contemporaneidade, garantindo a sua continuidade e apelo intergeracional.

O Viana Bate Forte reafirmou o seu sucesso como um festival urbano gratuito que dinamiza a cidade e promove a música portuguesa.

A integração na Capital da Cultura do Eixo Atlântico e a inclusão de um artista da Galiza assinalam um passo importante na sua internacionalização e no fortalecimento dos laços culturais transfronteiriços.

O Festival da Montanha consolida-se como um evento de referência na promoção da Serra da Estrela, utilizando uma abordagem multidisciplinar que une desporto e cultura para atrair visitantes e sensibilizar para a importância da preservação ambiental.

A iniciativa demonstra o potencial do interior do país para acolher eventos de qualidade que valorizam o património e dinamizam o turismo sustentável.

O regresso do Festival Iminente em 2026 é marcado por uma mudança estratégica de localização que reforça a sua identidade de intervenção urbana. Ao escolher uma escola abandonada em Marvila, o festival não só garante um novo palco para a música e arte urbana, mas também se posiciona como um agente de regeneração cultural e social na cidade de Lisboa.

O regresso dos System of a Down à Europa em 2026 é um dos anúncios mais importantes do ano para a cena rock e metal, prometendo uma digressão monumental.

Apesar da ausência inicial de datas em Portugal, a confirmação de concertos em grandes estádios europeus com um cartaz de luxo garante que será um evento de grande impacto e forte adesão internacional.

A criação da "Prova de Acesso" no Festival da Canção 2026 é uma alteração significativa que demonstra uma aposta estratégica na formação e no talento emergente. Ao abrir uma porta direta para estudantes de música, o festival procura não só renovar o seu leque de concorrentes, mas também fortalecer a sua credibilidade como um espaço de excelência e inovação na música portuguesa.