Briefing: Greves esta semana

A greve dos enfermeiros demonstrou uma forte união da classe contra a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho do Governo, resultando numa paralisação expressiva de serviços de saúde. As principais reivindicações focam-se na manutenção de direitos laborais, como horários dignos e progressão na carreira, com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses a exigir uma negociação séria para a valorização da profissão.

A convocação de uma greve nacional pela FNAM para 24 de outubro reflete o impasse nas negociações com o Governo. A federação acusa a tutela de impor medidas sem diálogo, como a reorganização das urgências, e de não apresentar soluções para a valorização da carreira médica, levando os médicos a uma paralisação em defesa do SNS e de melhores condições de trabalho.

A ameaça de protestos por parte da Liga dos Bombeiros reflete um descontentamento acumulado com o financiamento insuficiente no Orçamento do Estado, os cortes no transporte de doentes e a contínua ausência de um estatuto profissional.

A reunião do conselho nacional será decisiva para determinar a forma e a intensidade da contestação, num setor que se sente desvalorizado pelo Governo.

O protesto conjunto da PSP e GNR em Lisboa marcou o início de um novo ciclo de contestação das forças de segurança, que se sentem ignoradas pelo Governo. As principais exigências focam-se na valorização salarial, na revisão de suplementos congelados há mais de uma década e em melhores condições de reforma, com os sindicatos a prometerem intensificar a luta.

A greve na Misericórdia de Serpa evidencia uma profunda crise financeira na instituição, com os trabalhadores a serem os mais penalizados pela falta de pagamento de vários subsídios e retroativos. Enquanto a direção aponta para um plano de revitalização para resolver dívidas passadas, o sindicato e os funcionários exigem soluções imediatas para os pagamentos correntes, temendo que a situação se agrave até ao final do ano.

A greve dos Técnicos Auxiliares de Saúde destacou um conjunto de problemas crónicos na profissão, desde a precariedade e os horários excessivos até à falta de reconhecimento do risco e desgaste. A paralisação serviu como um alerta ao Governo para a necessidade urgente de negociar e implementar medidas que dignifiquem a carreira e melhorem as condições de trabalho destes profissionais no SNS.