Briefing: Guerra da Ucrânia vs Rússia

A série de violações do espaço aéreo por parte da Rússia na Estónia, Polónia e Roménia desencadeou uma resposta robusta e unificada da NATO, incluindo o lançamento da missão "Sentinela Oriental" e o destacamento de meios aéreos aliados. Estas provocações escalaram as tensões, levando a consultas ao abrigo do Artigo 4.º e a uma mensagem clara dos líderes ocidentais de que a soberania do território da Aliança será defendida.

O 19.º pacote de sanções da UE marca uma escalada significativa na pressão económica sobre a Rússia, visando o seu lucrativo setor energético com um plano para eliminar as importações de GNL até 2027. Simultaneamente, a proposta de criar um "empréstimo de reparações" para a Ucrânia, utilizando os lucros dos ativos russos congelados, introduz uma ferramenta financeira inovadora para apoiar a reconstrução de Kiev, demonstrando uma resposta europeia determinada e multifacetada à agressão contínua.

A recente escalada na guerra aérea demonstra uma intensificação mútua das hostilidades.

A Rússia continua a sua campanha de ataques em larga escala contra alvos civis e infraestruturas ucranianas, enquanto a Ucrânia responde com sucesso crescente, visando alvos estratégicos como refinarias de petróleo para enfraquecer a máquina de guerra russa e levar o conflito para dentro do território inimigo.

Enquanto as negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia estão num impasse, com acusações mútuas de falta de empenho, Kiev foca-se em solidificar o seu futuro através de garantias de segurança internacionais. O próximo encontro entre Zelensky e Trump é visto como um passo fundamental para assegurar o compromisso dos EUA, considerado vital pelos aliados europeus para a viabilidade de qualquer acordo de segurança pós-guerra.

A agressão russa e as suas recentes provocações contra membros da NATO estão a catalisar uma mudança estratégica na UE, com um apelo veemente por maior autonomia de defesa. A liderança da Comissão Europeia, personificada por Ursula von der Leyen, insiste na urgência de construir um "pilar europeu" robusto, não para substituir a NATO, mas para a complementar e garantir que a Europa possa defender os seus interesses e território de forma mais independente.

A interferência deliberada nos sinais de GPS no Mar Báltico, atribuída à Rússia, constitui uma perigosa escalada na guerra híbrida contra a Europa.

Ao perturbar a aviação civil e as infraestruturas críticas, Moscovo não só testa a resiliência da UE e da NATO, mas também demonstra um desrespeito pela segurança internacional, aumentando o risco de acidentes graves como parte da sua estratégia de desestabilização.

O ciberataque que afetou múltiplos aeroportos europeus serve como um alerta severo sobre a vulnerabilidade das infraestruturas críticas do continente.

Embora a autoria não tenha sido reivindicada, o incidente gerou uma resposta ao nível da Comissão Europeia, que apelou a um investimento reforçado em cibersegurança para fazer face a ameaças cada vez mais complexas e disruptivas.

A Ucrânia está a tomar medidas diretas para combater a guerra de influência da Rússia na região, sancionando figuras pró-Kremlin na Moldova antes de eleições cruciais. Esta ação preventiva visa neutralizar campanhas de desinformação, como as da rede "Matryoshka", e apoiar a soberania e a orientação europeia da Moldova, demonstrando a dimensão regional do confronto com Moscovo.

Os exercícios militares ZAPAD-2025, conduzidos pela Rússia e Bielorrússia, representam uma significativa demonstração de força na fronteira oriental da NATO.

Realizados num clima de tensão exacerbada por violações do espaço aéreo, estas manobras são interpretadas pela UE e pela Aliança não como um exercício de defesa, mas como uma provocação calculada para intimidar e testar a coesão e prontidão ocidentais.

A denúncia de Volodymyr Zelensky sobre o uso de componentes ocidentais no armamento russo evidencia uma falha crítica no regime de sanções. Apesar das restrições, a Rússia consegue aceder a tecnologia estrangeira para sustentar a sua produção militar, o que levanta sérias questões sobre a eficácia dos controlos de exportação e a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa para cortar as linhas de abastecimento que alimentam a agressão contra a Ucrânia.