Briefing: Guerra da Ucrânia vs Rússia

As incursões de drones russos na Polónia e na Roménia representaram uma escalada significativa, testando a determinação da NATO.

Embora a Rússia tenha negado qualquer intenção hostil, a Aliança tratou os incidentes como uma provocação deliberada, resultando numa resposta militar e diplomática imediata e unificada.

A criação da missão "Sentinela de Leste" é uma resposta rápida e tangível da NATO, sinalizando um estado de alerta elevado e um compromisso unificado para a defesa coletiva contra a agressão russa no seu flanco oriental, através da mobilização de recursos militares de vários países aliados.

A convocação em massa de diplomatas russos por toda a Europa constituiu uma forte repreensão diplomática, demonstrando uma frente unida na condenação das incursões de drones e na recusa em aceitar o que é visto como uma escalada irresponsável por parte da Rússia.

O alerta de Zelensky sobre as necessidades financeiras para 2026 evidencia a dimensão económica do conflito e a importância vital do apoio ocidental. Enquanto a ajuda humanitária da UE continua, a sustentabilidade a longo prazo do esforço de guerra ucraniano dependerá da capacidade dos aliados para mobilizar dezenas de milhares de milhões de euros anualmente.

O iminente 19.º pacote de sanções da UE demonstra a contínua determinação em aumentar a pressão económica sobre a Rússia. A inclusão de criptomoedas e a aceleração do abandono da energia russa, influenciada pela pressão dos EUA, assinalam uma nova fase no esforço para minar a capacidade de Moscovo de sustentar a guerra.

Os exercícios ZAPAD-2025 representam uma significativa demonstração de força militar e nuclear por parte de Moscovo e Minsk. Realizados num momento de alta tensão, servem para testar a prontidão das suas forças e enviar um sinal claro de dissuasão à NATO, exacerbando as preocupações de segurança no flanco oriental da Europa.

A visita de Roberta Metsola e a abertura de um escritório permanente do Parlamento Europeu em Kiev são passos simbólicos e práticos importantes que reafirmam o caminho da Ucrânia para a adesão à UE. Apesar dos desafios, nomeadamente o veto húngaro, o processo político de integração continua a avançar em paralelo com o esforço de guerra.

O diálogo entre as principais potências está marcado por acusações mútuas e desconfiança.

Enquanto Trump oscila entre ameaças e a minimização das ações russas, a Europa critica a alegada inação dos EUA, e Moscovo mantém a narrativa de que o Ocidente e a Ucrânia são os únicos obstáculos à paz, tornando uma solução diplomática cada vez mais distante.

A decisão da Dinamarca de adquirir capacidades ofensivas de longo alcance é um indicador claro da mudança na perceção de segurança na Europa. O país, tal como outros vizinhos da Rússia, está a investir significativamente na sua capacidade de dissuasão, abandonando uma postura puramente defensiva em resposta direta à agressão do Kremlin.

A campanha de ataques ucranianos contra infraestruturas críticas russas representa uma fase importante da guerra.

Ao visar a logística e as fontes de receita de Moscovo, Kiev não só retalia contra os bombardeamentos russos, mas também procura impor custos económicos e militares diretos ao agressor no seu próprio território.