Briefing: Notícias sobre medicamentos

Uma grave rutura de stock de sensores de glicose para diabéticos, essenciais para a gestão da doença, está a gerar desespero entre os utentes. A situação é exacerbada por uma procura fora das indicações médicas, com o Infarmed a admitir prescrições até por veterinários, evidenciando falhas sistémicas de controlo e distribuição que afetam dezenas de milhares de doentes.

A diretiva da Direção Executiva do SNS para a contenção de despesas hospitalares, mesmo à custa da redução de consultas e cirurgias, provocou forte oposição das ordens dos Médicos e Enfermeiros. Enquanto o Governo defende a medida como uma busca por "maior eficiência", os profissionais de saúde alertam para o risco de degradação dos cuidados e afirmam que "ninguém acredita" que não se trate de um corte no SNS.

As listas de espera para uma primeira consulta no SNS agravaram-se, com quase um milhão de utentes a aguardar, um aumento de 25% num ano. O Governo atribui a situação a um aumento da procura que excede a capacidade de resposta, mas gestores hospitalares e a Ordem dos Médicos manifestam apreensão, alertando para o impacto nos diagnósticos e no início de tratamentos.

O panorama do cancro em Portugal é complexo, marcado pelo aumento da incidência de certos tumores e dificuldades no acesso a diagnósticos, como ressonâncias magnéticas no IPO. A par dos avanços na investigação, a sociedade civil, através de iniciativas como o peditório da Liga Portuguesa Contra o Cancro e petições por melhores apoios a crianças com cancro, desempenha um papel fundamental no suporte aos doentes e suas famílias.

A campanha de vacinação sazonal de 2025 demonstra um progresso positivo, com quase metade da população com mais de 85 anos vacinada contra a gripe no primeiro mês. A cobertura vacinal aumentou em todos os grupos de risco face ao ano anterior, e a coadministração com a vacina da COVID-19 foi a opção escolhida pela maioria, refletindo uma forte adesão da população às medidas de saúde pública.

O AVC continua a ser a principal causa de morte no país, com um desafio persistente na rapidez da resposta: menos de 60% dos doentes contactam o 112 na primeira hora. A par da necessidade de maior literacia sobre os "3 F's" (Face, Força, Fala), os médicos alertam para um aumento preocupante de casos em jovens adultos, reforçando a urgência de uma resposta rápida para minimizar sequelas.

A ERS alertou que os estabelecimentos privados com convenção SNS que priorizem utentes com seguros de saúde em detrimento dos do SNS incorrem numa prática ilegal e arriscam multas até 44 mil euros. A entidade reguladora reforça que a lei proíbe a criação de barreiras de acesso e garante o direito a um atendimento não discriminatório, independentemente da fonte de financiamento dos cuidados.

O Governo colocou em consulta pública uma proposta de reorganização da Rede de Referenciação Hospitalar em Pediatria. O plano visa promover cuidados "de qualidade, acessíveis e integrados" e reduzir as assimetrias regionais, propondo a criação de seis hospitais de referência máxima e, segundo a Ordem dos Médicos, criando uma ligação mais rápida e dinâmica entre as unidades de saúde.

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos criticou a proposta de Orçamento do Estado por não apresentar uma estratégia clara nem financiamento para o setor. A associação denuncia que a falta de prioridade no reforço de equipas comunitárias resulta na continuação de "muito sofrimento não atendido", evidenciando uma lacuna grave no sistema de saúde.

O Governo dos Açores propõe no Orçamento para 2026 a criação de um "cheque saúde" e de programas como o "DIAGNOSIS+" e o "COLONOS", destinados a reduzir as listas de espera para consultas, exames e colonoscopias. Estas medidas representam um esforço para reforçar a capacidade de resposta do serviço regional de saúde e melhorar o acesso dos utentes a cuidados atempados.