Briefing: Governo e oposição

O acidente com o Elevador da Glória colocou Carlos Moedas sob intensa pressão política, com a sua gestão da crise e as suas declarações sobre Jorge Coelho a serem fortemente criticadas pela oposição. O debate sobre a responsabilidade política tornou-se um elemento central na campanha para as eleições autárquicas, com o PS a acusá-lo de hipocrisia e o Chega a avançar com uma moção de censura.

Rui Tavares posiciona o Livre na vanguarda da discussão sobre as presidenciais, alertando para um desequilíbrio de poder à direita e defendendo uma candidatura progressista unificada, preferencialmente da sociedade civil, como essencial para defender a Constituição e reequilibrar a política nacional.

A proposta de reforma laboral do Governo criou uma significativa clivagem política e social.

Enquanto o executivo defende a necessidade de flexibilização para modernizar a economia, o PS e as principais centrais sindicais veem-na como um ataque aos direitos dos trabalhadores, prometendo uma forte oposição e mobilização social.

José Sócrates continua a sua defesa no julgamento da Operação Marquês, focando-se em desacreditar os argumentos centrais da acusação relativos à CGD e a Vale do Lobo.

O seu testemunho procura desmantelar a narrativa de um esquema premeditado envolvendo a nomeação de Armando Vara, ao mesmo tempo que ajusta contas políticas com o seu antigo ministro das Finanças.

O insólito episódio em Coimbra, que levou à demissão e posterior recuo de uma vereadora do PS, ilustra a elevada tensão pré-eleitoral no município. O caso, centrado na semântica de declarações sobre transportes, transformou uma reunião do executivo numa "casa de apostas", com o PS a acusar o autarca de manipulação para vencer o desafio.

A liderança de António Costa no Conselho Europeu recebe um forte voto de confiança de Roberta Metsola, que valoriza a sua gestão e conhecimento institucional. As declarações da presidente do Parlamento Europeu servem para desvalorizar as críticas sobre a repartição de papéis na representação externa da UE, assegurando que o equilíbrio de poderes está a funcionar corretamente.

A visita de Luís Montenegro à China foi marcada por um apelo diplomático de alto nível sobre a guerra na Ucrânia, posicionando Portugal como um interlocutor que procura construir pontes.

O encontro serviu também para reforçar os laços económicos bilaterais, com Montenegro a agradecer o apoio chinês durante a crise financeira e a defender a continuidade do investimento, enquanto Xi Jinping elogiou a histórica relação de amizade entre os dois países.

A nomeação do Chega para presidir à CPI do INEM demonstra a normalização e o aumento da influência do partido no parlamento. A comissão focará na análise da gestão do INEM desde 2019, colocando o Chega numa posição de destaque na fiscalização de um setor crítico e permitindo-lhe moldar uma parte importante do debate político.

A anulação das coimas no caso "Cartel da Banca" por prescrição levanta sérias questões sobre a morosidade e eficácia do sistema judicial e de supervisão em Portugal.

O PS e o PCP estão a liderar a resposta política, exigindo que os reguladores e os bancos envolvidos prestem contas no Parlamento, num esforço para combater a perceção de impunidade no setor financeiro.

O Governo reafirma a sua política de manter os exames nacionais como pilar do acesso ao Ensino Superior, associando-os à qualidade e preparação dos estudantes.

Simultaneamente, reconhece a crescente diversificação das vias de ingresso, refletindo uma mudança no panorama educativo e no perfil dos novos estudantes que chegam às universidades e politécnicos.