Briefing: Governo e oposição

A visita de Luís Montenegro a Kiev solidificou o apoio de Portugal à Ucrânia, resultando num acordo para a produção conjunta de drones e na abertura à possibilidade de participação portuguesa em futuras missões de paz, embora condicionada a um cenário de pós-guerra.

O Tribunal Constitucional chumbou normas-chave da nova Lei da Nacionalidade, incluindo a perda de cidadania como pena, por violação de princípios como a igualdade.

A decisão constituiu um revés para a maioria de direita e intensificou o debate sobre os limites constitucionais e a separação de poderes.

O arquivamento do caso Spinumviva por falta de indícios de crime removeu uma grande pressão sobre o Primeiro-Ministro.

No entanto, a sua forte crítica à investigação gerou uma nova controvérsia sobre a sua relação com o sistema judicial, ofuscando a sua vitória processual.

As sondagens indicam um cenário presidencial fragmentado, com André Ventura a liderar na primeira volta mas a perder na segunda.

A queda de Gouveia e Melo e a subida de Cotrim de Figueiredo demonstram um eleitorado volátil e um resultado ainda em aberto.

O debate entre André Ventura e João Cotrim de Figueiredo foi um confronto aceso, focado em ataques pessoais que espelham a luta pelo eleitorado de direita. As acusações sobre o passado de ambos e a troca de rótulos dominaram a discussão, com analistas a apontarem uma vitória tática de Cotrim pela sua agressividade.

A polémica sobre os rendimentos de Luís Marques Mendes colocou a transparência no centro da campanha presidencial. A divulgação da sua lista de clientes levou outros candidatos, como António José Seguro, a comprometerem-se com o mesmo nível de escrutínio, intensificando a exigência de clareza sobre as ligações entre política e negócios.

A greve geral contra a reforma laboral forçou o Governo a reabrir as negociações com os sindicatos e provocou uma mudança de posição do Chega.

O Executivo mostra abertura para um compromisso, mas rejeita recomeçar o processo, enquanto os sindicatos mantêm as suas linhas vermelhas.

Inês Sousa Real foi reeleita líder do PAN num congresso marcado por divisões internas e pelo boicote da oposição.

A sua principal iniciativa para unir o partido é a criação de um conselho consultivo, embora continue a enfrentar críticas sobre a centralização do poder e a falta de apoio às estruturas locais.

O orçamento de Lisboa foi aprovado com o apoio crucial do Chega, formalizando uma aliança de direita na governação da capital. A decisão afastou o PS da esfera de influência e demonstrou a crescente importância do partido de André Ventura como parceiro de poder para o centro-direita.

Luís Montenegro anunciou que a regionalização não avançará nesta legislatura, priorizando antes a consolidação da descentralização de competências.

A decisão, comunicada no congresso da ANMP, adia uma reforma estrutural de longa data, gerando reações diversas entre os autarcas e os partidos políticos.