Briefing: Notícias de professores

Portugal enfrenta uma severa escassez de professores, com projeções a apontar para um défice de quase 20.000 docentes até 2035.

A capacidade de formação atual é inadequada para responder às aposentações em massa, ameaçando a estabilidade do sistema educativo, especialmente em regiões como Lisboa.

O Governo está a investir 27,2 milhões de euros em contratos com universidades públicas para formar quase 10.000 novos professores até 2030, além de profissionalizar docentes já em serviço.

Contudo, a exclusão das instituições de ensino privado deste plano gerou críticas por não aproveitar toda a capacidade formativa do país.

A classe docente portuguesa está entre as mais envelhecidas da OCDE, com uma idade média de 51 anos. Esta crise demográfica, atribuída a políticas de austeridade passadas e à falta de renovação, é a causa principal da atual escassez de professores, com aposentações em massa previstas para os próximos anos.

A indisciplina nas salas de aula é uma preocupação central em Portugal, com um terço dos professores a reportar problemas de ruído e desordem, segundo o relatório TALIS 2024. O fenómeno afeta sobretudo os professores mais jovens, contribuindo para elevados níveis de stress e para a intenção de abandonar a profissão.

Para combater a indisciplina crescente, o Governo proibiu o uso de telemóveis a alunos até ao 6.º ano.

O Ministro da Educação anunciou também o reforço de psicólogos escolares e uma futura reforma dos recreios, argumentando que o mau comportamento muitas vezes se origina fora da sala de aula.

O relatório TALIS 2024 revela um paradoxo: embora 94% dos professores portugueses se declarem satisfeitos com o trabalho, também reportam elevados níveis de stress, insatisfação salarial e falta de reconhecimento social.

Esta insatisfação é especialmente acentuada entre os docentes mais jovens, com 27% a considerar abandonar a profissão.

Um novo decreto-lei permite que os alunos do ensino secundário e do 3.º ciclo mantenham os manuais escolares das disciplinas com exames nacionais até obterem aprovação.

A medida, que também torna permanente a não devolução para o 1.º ciclo, visa apoiar os estudantes na preparação para as provas, ajustando o programa nacional de reutilização de manuais.