Briefing: Crise humanitária em Gaza

A tempestade de inverno em Gaza agravou severamente a crise humanitária, causando mortes por hipotermia e aumentando o risco de doenças. As organizações de ajuda humanitária enfrentam enormes dificuldades para responder às necessidades devido às restrições à entrada de materiais essenciais, alertando para uma catástrofe iminente se o acesso não for melhorado.

Os contínuos ataques israelitas no sul do Líbano contra o Hezbollah, apesar de um cessar-fogo, mantêm a fronteira numa situação de elevada tensão. Estes incidentes resultam em baixas de ambos os lados, incluindo um número significativo de civis, e refletem as acusações mútuas de violação do acordo de tréguas, minando os esforços de estabilização na região.

A aprovação de novos colonatos por Israel na Cisjordânia foi fortemente condenada pelo Hamas, que a vê como uma política de anexação e deslocação forçada. A medida, impulsionada pela ala radical do governo israelita, intensifica as tensões e a violência na região, minando ainda mais as perspetivas de uma solução de dois Estados.

A Flotilha Global Sumud prepara para 2026 uma missão sem precedentes para Gaza, com 100 navios, focada não apenas na ajuda humanitária, mas na reconstrução de infraestruturas e no estabelecimento de uma presença civil de proteção. Esta iniciativa surge como uma resposta direta à interceção de missões anteriores por Israel e visa quebrar o bloqueio e denunciar a situação no enclave.

O plano de paz para Gaza está num impasse. Embora o cessar-fogo tenha trazido algum alívio humanitário, as violações contínuas e as posições irredutíveis de Israel e dos EUA sobre o desarmamento do Hamas, que este rejeita, impedem o avanço para uma solução duradoura, mantendo a região num estado de incerteza e tensão.

As contínuas ações militares de Israel em Gaza e a violência de colonos na Cisjordânia, mesmo durante o cessar-fogo, resultam em mortes e destruição, sendo vistas por ONGs e pela ONU como uma política deliberada que viola o direito internacional e mina qualquer perspetiva de paz.

A incursão de colonos israelitas em Gaza, com o apoio de membros do governo, para exigir a reocupação do território, representa uma provocação e um desafio à estabilidade da região. Esta ação sublinha as profundas divisões ideológicas em Israel e a crescente pressão da extrema-direita para uma política de anexação total dos territórios palestinianos.

O meganegócio de gás entre Israel e o Egito representa um marco económico e estratégico para ambos os países, reforçando a posição de Israel como exportador de energia e do Egito como um centro regional.

Contudo, o acordo é politicamente sensível, obrigando o Cairo a dissociá-lo do conflito israelo-palestiniano para gerir as críticas internas e no mundo árabe.

O massacre em Sydney foi classificado como um ato terrorista inspirado na ideologia do Estado Islâmico, revelando falhas na monitorização de indivíduos radicalizados. O ataque exacerbou as tensões religiosas na Austrália, provocando medo na comunidade judaica e receio de represálias contra a comunidade muçulmana, num país abalado pela violência extremista.