Briefing: Crise humanitária em Gaza

A tempestade polar intensificou a catástrofe humanitária em Gaza, causando mortes por hipotermia e inundações, e aumentando o risco de surtos de doenças entre uma população deslocada extremamente vulnerável, enquanto as agências de ajuda enfrentam restrições contínuas.

O plano de paz para Gaza, liderado pelos EUA, está paralisado devido a exigências conflituantes: Israel exige a devolução de todos os reféns antes de avançar, enquanto o Hamas recusa o desarmamento, criando um impasse que ameaça a viabilidade de uma paz duradoura.

A continuação dos ataques israelitas em Gaza, mesmo com um cessar-fogo em vigor, resultou em centenas de mortes e levou a acusações de que Israel implementa uma política deliberada de destruição, o que compromete seriamente os esforços de paz.

Com um balanço superior a 70.000 mortos, a ofensiva israelita em Gaza representa uma das mais mortíferas do conflito israelo-palestiniano, resultando numa destruição generalizada e numa crise humanitária sem precedentes que persiste mesmo após o início de um cessar-fogo.

Apoiados por ministros de extrema-direita, colonos israelitas estão a entrar ilegalmente em Gaza para exigir a sua reocupação, hasteando bandeiras em antigos colonatos.

Estas ações, que ganharam força desde outubro de 2023, representam um desafio direto à política oficial e um obstáculo à paz.

O assassinato do comandante do Hamas, Raed Saad, por Israel foi visto pelos EUA como uma violação do cessar-fogo, provocando uma repreensão a Netanyahu.

O incidente expôs fissuras na aliança e complicou os esforços de mediação de paz liderados por Washington.

A criação de uma Força Internacional de Estabilização para Gaza, aprovada pela ONU, está a avançar com forte liderança dos EUA. Reuniões em Doha discutem a sua estrutura, e a provável nomeação de um general americano para a comandar indica um controlo significativo de Washington sobre a segurança futura do enclave.

Apesar do conflito em Gaza, Israel e Egito selaram um histórico acordo de gás de 35 mil milhões de dólares.

Enquanto Israel celebra o reforço do seu estatuto como potência energética, o Egito defende o negócio como puramente comercial, evidenciando a prevalência dos interesses estratégicos sobre as tensões políticas regionais.

A Cisjordânia enfrenta uma escalada de violência sem precedentes, com mais de mil palestinianos mortos desde outubro de 2023. A ONU condena a retórica inflamatória de ministros israelitas, a violência dos colonos e a expansão contínua de colonatos, que ameaçam qualquer solução de paz.

A recusa do Hamas em depor as armas, que considera um direito legítimo, choca com a exigência não negociável de Israel e dos EUA para o seu desarmamento total. Este impasse fundamental está a bloquear o progresso do plano de paz e a perpetuar o ciclo de instabilidade em Gaza.