Briefing: Crise humanitária em Gaza

O elevado número de vítimas mortais e feridos, especialmente entre a população infantil, juntamente com a contínua recuperação de corpos dos escombros, evidencia o custo humano catastrófico do conflito e a profunda crise humanitária que assola a Faixa de Gaza.

O cessar-fogo de 10 de outubro permanece precário, com a continuação de vítimas mortais a demonstrar as profundas tensões e a dificuldade em alcançar uma paz estável e duradoura na região.

A troca de corpos serve como um sombrio lembrete do custo humano do conflito e representa um componente crítico, embora emocionalmente carregado, das negociações de cessar-fogo em curso entre Israel e o Hamas.

A formação de uma força de estabilização internacional é um pilar do planeamento pós-guerra para Gaza, mas a sua implementação é dificultada por desacordos geopolíticos, nomeadamente sobre o papel da Turquia e a necessidade de um mandato claro da ONU.

Países muçulmanos chave defendem a soberania palestiniana na Gaza pós-guerra, opondo-se a qualquer supervisão internacional que possa minar a autodeterminação e pressionando pela unidade política interna palestiniana.

Os EAU posicionam-se como um doador humanitário fundamental para Gaza, mantendo uma abordagem diplomática pragmática que prioriza um enquadramento claro e viável antes de qualquer compromisso militar numa força de estabilização.

A diplomacia proativa da Turquia visa garantir um papel significativo no futuro de Gaza, mas a sua relação com o Hamas cria um grande obstáculo, especialmente no que diz respeito à sua participação em qualquer força de segurança sancionada internacionalmente.

O conflito em Gaza tornou-se um grande obstáculo para a expansão dos Acordos de Abraão, com a Arábia Saudita a ligar a normalização com Israel diretamente a uma solução viável de dois Estados, alterando a paisagem geopolítica da região.

As mortes contínuas em Gaza, mesmo sob um cessar-fogo formal, ilustram a extrema fragilidade da trégua e o risco persistente de escalada devido a confrontos no terreno.

A sombria tarefa de recuperar corpos das ruínas de Gaza sublinha o impacto devastador da guerra, com o difícil e muitas vezes indigno processo de identificação a acrescentar mais uma camada de trauma para a população sobrevivente.