Briefing: Crise humanitária em Gaza

Israel intensificou a sua campanha militar com uma incursão terrestre e aérea massiva na Cidade de Gaza, visando erradicar o Hamas e libertar reféns.

Esta operação, marcada por bombardeamentos intensos e destruição significativa, enfrenta desafios operacionais devido à presença de reféns e críticas políticas internas sobre os seus objetivos finais.

A ofensiva em Gaza gerou uma emergência humanitária extrema, caracterizada pela deslocação massiva de civis, um sistema de saúde em colapso, uma crise de subnutrição infantil e a obstrução da ajuda. A população enfrenta uma escolha impossível entre a violência dos bombardeamentos e a fuga para zonas superlotadas e sem condições de sobrevivência.

Uma comissão de inquérito da ONU acusou formalmente Israel de genocídio em Gaza, responsabilizando os seus mais altos dirigentes e intensificando a pressão internacional.

A conclusão foi celebrada pela Autoridade Palestiniana mas veementemente rejeitada por Israel, que a considerou tendenciosa e infundada.

O balanço oficial de mortos em Gaza ultrapassou a marca dos 65.000, mas peritos da ONU alertam que a cifra real poderá ser dez vezes maior, aproximando-se dos 680.000.

Esta estimativa, baseada na escala de destruição, evidencia uma catástrofe humanitária de proporções ainda por determinar, com um impacto devastador sobre a população civil, em particular crianças.

Um ataque fatal por um motorista de um camião de ajuda na fronteira com a Jordânia levou Israel a encerrar indefinidamente passagens cruciais, interrompendo um importante corredor humanitário para Gaza. O incidente aumentou as tensões diplomáticas com a Jordânia e resultou em exigências de segurança mais apertadas por parte de Israel.

A pressão diplomática sobre Israel intensificou-se significativamente, com a União Europeia a avançar com propostas de sanções económicas e a Assembleia Geral da ONU a reforçar o seu apoio à solução de dois Estados.

Estas ações refletem uma crescente impaciência internacional com a condução da guerra em Gaza e as políticas do governo israelita.

A campanha militar de Israel na Cidade de Gaza resultou no bombardeamento de infraestruturas de saúde vitais, como o hospital pediátrico Al-Rantisi, e num apagão total das comunicações.

Estas ações deixaram a população civil duplamente vulnerável, sem acesso a cuidados médicos adequados e isolada do resto do mundo.

A fronteira israelo-libanesa vive um período de alta tensão, com ataques israelitas direcionados a alvos do Hezbollah e ordens de evacuação para civis libaneses.

A escalada ameaça o frágil cessar-fogo e aumenta o risco de um conflito regional mais amplo, levando o Líbano a apelar por uma intervenção diplomática internacional urgente.

As declarações do ministro Bezalel Smotrich sobre a "divisão de terrenos" em Gaza após a sua "demolição" revelam uma visão controversa dentro do governo israelita para o futuro do enclave. Estas propostas, que sugerem uma reconfiguração permanente do território, alimentam os receios internacionais de uma possível reocupação ou anexação israelita.

A morte de Mahmoud Abu al-Khir, um chefe dos serviços de informações do Hamas, num ataque aéreo israelita, representa um golpe significativo na estrutura de comando do grupo. Esta operação direcionada insere-se na estratégia mais ampla de Israel de desmantelar a liderança do Hamas, enquanto prossegue com uma ofensiva militar generalizada em toda a Faixa de Gaza.