Briefing: Presidenciais 2026

A data das eleições presidenciais foi oficialmente marcada para 18 de janeiro de 2026, com uma possível segunda volta a 8 de fevereiro.

A decisão, tomada pelo Presidente da República, estrutura o calendário da campanha e foi planeada para evitar conflitos com feriados como o Carnaval.

Foi estabelecido um calendário de 28 debates presidenciais individuais, transmitidos em exclusivo pela RTP, SIC e TVI entre 17 de novembro e 22 de dezembro. A decisão de exclusividade gerou queixas de outros operadores de comunicação social, que se sentiram marginalizados do processo.

Sondagens recentes mostram uma mudança na corrida presidencial, com Henrique Gouveia e Melo a perder a liderança para um empate técnico a três com Luís Marques Mendes e André Ventura.

Este novo cenário aponta para uma eleição mais renhida e imprevisível.

A crise no SNS é o principal tema de confronto na pré-campanha presidencial, com os candidatos a usarem as falhas do sistema para atacar o Governo.

As críticas são transversais e exigem responsabilidade política tanto da ministra da Saúde como do primeiro-ministro.

João Cotrim de Figueiredo oficializou a sua candidatura presidencial, posicionando-se como uma força independente e de futuro, e demonstrou confiança em chegar à segunda volta.

A nomeação do proeminente social-democrata José Miguel Júdice como mandatário visa alargar a sua base de apoio para além do espectro liberal.

A campanha de André Ventura começou de forma controversa, com cartazes sobre imigrantes e ciganos que motivaram queixas por incitamento ao ódio e um pedido de extinção do Chega. Esta estratégia de polarização, juntamente com referências a Salazar, define um tom radical para a sua candidatura presidencial.

Ao garantir apoios de peso como Rui Moreira e Durão Barroso, Luís Marques Mendes consolida a sua imagem de candidato moderado e experiente.

A sua campanha foca-se na estabilidade, no diálogo e em temas como os direitos da diáspora, enquanto pressiona o Governo por resultados na saúde.

A campanha de Henrique Gouveia e Melo destaca-se pela sua capacidade de atrair apoios de diferentes áreas políticas, como o do socialista Manuel Pizarro, enquanto o candidato se esforça por manter uma imagem de independência. A sua estratégia foca-se na crítica à falta de rumo do país e na rejeição das divisões partidárias tradicionais.

O deputado Jorge Pinto lançou oficialmente a sua candidatura presidencial com o apoio do Livre, posicionando-se como o representante da esquerda ecologista e progressista. A sua campanha foca-se na defesa dos direitos humanos, do ambiente e da democracia, prometendo ser um contrapeso a eventuais derivas autoritárias.

António José Seguro, o candidato apoiado pelo PS, está a centrar a sua campanha na crise do SNS e nas questões da diáspora, prometendo uma presidência mais discreta mas exigente.

Enfrenta, no entanto, desafios de unificação do voto à esquerda, com figuras do seu próprio partido a apoiarem outros candidatos.

A nova Lei da Nacionalidade, aprovada com os votos da direita, dividiu os candidatos presidenciais.

Enquanto Marques Mendes a considera equilibrada, Catarina Martins e António Filipe manifestaram intenção de a vetar ou enviar para o Tribunal Constitucional, respetivamente, tornando a imigração um claro ponto de fratura na campanha.

Candidatos como António José Seguro, Luís Marques Mendes e Catarina Martins realizaram ações de campanha junto das comunidades portuguesas na Europa.

As promessas de reforma do sistema de voto para emigrantes e uma maior proximidade presidencial com a diáspora foram temas centrais.

António Filipe, candidato apoiado pelo PCP, tem-se demarcado dos seus adversários ao opor-se a uma revisão constitucional para as autonomias e ao criticar ferozmente as propostas do Governo para a legislação laboral.

A sua campanha foca-se na defesa dos direitos dos trabalhadores e na crítica à gestão da saúde.