Briefing: Presidenciais 2026

O debate foi marcado por um tom agressivo e pessoal, com ambos os candidatos a tentarem descredibilizar o adversário.

Temas como o passado político de Ventura, a transparência de Marques Mendes e a Lei da Nacionalidade dominaram a discussão, evidenciando a luta pelo eleitorado de direita.

O debate evidenciou a principal linha de fratura entre os dois candidatos: o respeito pelas instituições e pela Constituição.

Enquanto Ventura criticou a decisão do TC, Gouveia e Melo defendeu a legalidade, embora admitindo uma revisão constitucional, o que marcou um momento significativo do confronto.

A controvérsia sobre os rendimentos de Marques Mendes colocou a transparência no centro do debate presidencial.

A pressão dos adversários e da comunicação social forçou o candidato a comprometer-se com a divulgação de informações, num episódio que marcou a sua campanha e desafiou os restantes candidatos a adotarem a mesma postura.

António José Seguro utilizou a controvérsia sobre a transparência para se afirmar como um candidato íntegro, prometendo divulgar os seus rendimentos e clientes.

Ao mesmo tempo, consolidou o apoio do PS, com figuras de relevo a apelarem ao voto útil à esquerda na sua candidatura, vista como a única com hipóteses de disputar a segunda volta.

A um mês das eleições, as sondagens apontam para uma corrida renhida, com Ventura a liderar na primeira volta mas a ser derrotado na segunda.

A principal alteração é a queda de Gouveia e Melo e a ascensão de Cotrim de Figueiredo, enquanto Marques Mendes se consolida como o mais provável vencedor final, num cenário ainda marcado por uma elevada percentagem de indecisos.

A decisão do TC formalizou a lista de candidatos admitidos à corrida presidencial, confirmando a presença de 11 nomes, incluindo figuras menos convencionais como Manuel João Vieira. Três outros candidatos receberam um prazo para corrigir as suas candidaturas, definindo assim o leque de opções que os eleitores encontrarão no boletim de voto.

A decisão do TC sobre a Lei da Nacionalidade serviu de catalisador para o debate ideológico entre os candidatos. Enquanto a direita e a extrema-direita criticaram os juízes e defenderam a revisão constitucional, os candidatos de centro e esquerda saudaram a defesa do Estado de direito, evidenciando as profundas divisões sobre o tema.

A entrega de assinaturas no Tribunal Constitucional marcou um momento formal importante na campanha, com os candidatos a utilizarem o ato para projetar força e mobilização.

O número de assinaturas apresentadas, muito acima do mínimo exigido por vários candidatos, foi usado como um indicador do apoio popular às respetivas candidaturas.

Gouveia e Melo adotou um discurso crítico em relação ao sistema político, alertando para uma "fadiga" democrática e posicionando-se como um agente de regeneração.

A sua desvalorização das sondagens desfavoráveis e a retórica do "pântano" reforçam a sua imagem de candidato antissistema, numa tentativa de contrariar a tendência de queda nas intenções de voto.

João Cotrim de Figueiredo emergiu como um dos candidatos com maior dinâmica de crescimento na campanha, capitalizando com um discurso focado na transparência e com prestações assertivas nos debates.

A sua subida nas sondagens reflete uma consolidação do seu espaço no eleitorado de centro-direita, desafiando diretamente os seus principais adversários.

O debate entre Seguro e Cotrim foi um confronto de ideias e estratégias, com o socialista a focar-se no equilíbrio institucional e o liberal a atacar a falta de propostas concretas. A Lei da Nacionalidade e o SNS foram os principais pontos de discórdia, num debate que evidenciou as diferenças programáticas e de estilo entre os dois candidatos.

O confronto entre António Filipe e André Ventura foi um choque de visões antagónicas sobre o futuro do país.

Desde a economia à justiça, os candidatos apresentaram propostas irreconciliáveis, num debate que serviu para mobilizar as respetivas bases de apoio e evidenciar a polarização do cenário político.