Briefing: Presidenciais 2026

A candidatura de João Cotrim de Figueiredo foi formalizada com um discurso de forte otimismo e um posicionamento antissistema, focando-se na meta de alcançar a segunda volta das eleições presidenciais. Desafiando as sondagens e os poderes instalados, o candidato liberal procura afirmar-se como uma alternativa reformista e de futuro para o país.

A candidatura de Jorge Pinto, formalizada com o apoio do Livre, marca a entrada de uma voz da esquerda ecologista e progressista na corrida presidencial. O candidato assume-se como um defensor dos direitos humanos e um contrapeso democrático, tendo avançado após a constatação da inexistência de uma candidatura unificadora no seu espaço político.

Luís Marques Mendes consolidou a sua candidatura presidencial ao garantir o apoio de figuras proeminentes como Durão Barroso e ao focar a sua campanha em temas como a diáspora e a reforma do sistema de voto. A sua estratégia passa por se afirmar como um candidato moderado, experiente e capaz de construir consensos, em contraste com o que descreve como extremismos.

A campanha de Gouveia e Melo foca-se em demarcar o candidato dos rótulos políticos tradicionais, com o próprio a criticar os “maniqueísmos”.

Simultaneamente, o seu mandatário, Rui Rio, assume um papel mais combativo, dirigindo fortes críticas ao adversário direto Luís Marques Mendes, numa tentativa de consolidar o apoio no centro-direita.

André Ventura adotou uma estratégia de radicalização do discurso no arranque da sua campanha presidencial, com declarações polémicas sobre Salazar e cartazes considerados xenófobos e discriminatórios. Estas ações geraram forte condenação política e levaram a queixas formais junto das autoridades, colocando a liberdade de expressão e o discurso de ódio no centro do debate.

As mais recentes sondagens apontam para uma reconfiguração da corrida presidencial, com Luís Marques Mendes a emergir como líder, André Ventura a consolidar a sua posição e Henrique Gouveia e Melo a registar uma tendência de queda.

O cenário de empate técnico entre os três principais candidatos da direita antecipa uma disputa renhida pela passagem à segunda volta.

A marcação oficial das eleições presidenciais para 18 de janeiro de 2026 por Marcelo Rebelo de Sousa define o calendário da corrida eleitoral.

A data foi escolhida para evitar constrangimentos logísticos com o período festivo e o Carnaval, dando assim início formal ao processo de sucessão presidencial.

O agendamento de 28 debates televisivos entre os candidatos presidenciais pelas três principais estações de televisão marca uma fase crucial da campanha. No entanto, o modelo acordado, que inclui cláusulas de exclusividade, suscitou queixas de outros operadores de comunicação social e críticas da CNE, levantando questões sobre pluralismo e concorrência.

A ação legal iniciada por António Garcia Pereira para a extinção do Chega eleva a tensão política, colocando em confronto a liberdade de expressão e os limites constitucionais sobre ideologias fascistas e discurso de ódio. A iniciativa, que visa uma consequência legal drástica para o partido de André Ventura, aguarda agora a apreciação do Ministério Público.

António José Seguro estrutura a sua candidatura em torno da defesa da democracia contra os extremismos e da recuperação do SNS como principal prioridade.

Com uma postura de moderação e respeito institucional, e apesar do apoio do PS, procura afirmar a sua independência para unir o país.