Briefing: Presidenciais 2026

A proposta de Seguro posiciona-o como um candidato focado em consensos e planeamento estratégico, utilizando a crise dos incêndios para sublinhar a necessidade de políticas de Estado duradouras, um papel que ele atribui à magistratura de influência do Presidente da República.

A presença de Marques Mendes na Universidade de Verão do PSD é um passo calculado para solidificar o seu estatuto de candidato da área do partido, utilizando um evento tradicional de formação de quadros para projetar a sua mensagem e garantir alinhamento com a liderança e as bases do PSD.

A potencial candidatura de André Ventura à Presidência da República é uma jogada estratégica que visa capitalizar o crescimento eleitoral do Chega, condicionada à avaliação do cenário político e ao apoio interno do partido, mantendo a liderança no centro da afirmação política nacional.

A perda de fôlego de Gouveia e Melo nas sondagens introduz um novo dinamismo na pré-campanha presidencial, quebrando a perceção de um favoritismo claro e incentivando a reavaliação de estratégias por parte de outros potenciais candidatos e forças políticas.

António Filipe posiciona a sua candidatura na defesa intransigente dos direitos laborais, utilizando a ameaça de veto presidencial como uma ferramenta política para se opor às reformas do Governo e mobilizar o eleitorado de esquerda e sindical.

O apelo de Ferro Rodrigues reflete a inquietação numa ala do socialismo perante o atual quadro de candidatos, defendendo a necessidade de uma figura agregadora à esquerda capaz de defender o Estado social, os valores democráticos e fazer frente à extrema-direita, marcando uma posição influente no debate pré-eleitoral.

A Iniciativa Liberal posiciona João Cotrim de Figueiredo como a sua principal aposta para as presidenciais, vendo no eurodeputado a figura com capacidade para consolidar o voto liberal e competir num cenário eleitoral que se afigura cada vez mais disputado.

Ao remeter a lei de estrangeiros para o Tribunal Constitucional, Marcelo Rebelo de Sousa exerce a sua função de guardião da Constituição, colocando entraves a uma legislação controversa e afirmando a sua autoridade perante o Governo e a maioria parlamentar, num dos momentos mais tensos da coabitação.

A ameaça de veto à extinção da FCT demonstra a vigilância de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a reforma do Estado, sinalizando ao Governo que não abdicará de escrutinar diplomas estruturantes e que usará os seus poderes para travar medidas que considere mal concebidas ou prejudiciais.

O encontro entre Montenegro e Carneiro define os contornos do diálogo político para os próximos meses, com o PS a reivindicar o seu papel central na oposição e a estabelecer áreas de potencial cooperação e de confronto firme, num xadrez político que influenciará a estabilidade governativa e o ambiente pré-presidencial.