Briefing: Presidenciais 2026

A “Operação Influencer” e a divulgação de escutas a figuras políticas de topo instalaram a crise na justiça no centro do debate presidencial. Os candidatos, de forma transversal, expressaram preocupação com a atuação do Ministério Público e a violação do segredo de justiça, sinalizando que a reforma do setor será um tema incontornável para o próximo Presidente da República.

O confronto entre Catarina Martins e João Cotrim de Figueiredo cristalizou a polarização ideológica da campanha.

Martins defendeu um Estado social forte e uma política externa soberana, enquanto Cotrim de Figueiredo advogou por um modelo liberal, menos intervencionista, e por uma defesa europeia integrada na NATO, deixando aos eleitores duas alternativas claramente distintas.

O debate expôs o desafio de Gouveia e Melo em definir uma plataforma política clara para além da sua imagem de independente, contrastando com a posição ideologicamente firme de António Filipe.

As divergências sobre Ucrânia e direitos laborais solidificaram as suas posições como representantes de dois polos distintos do espetro político.

O debate entre Seguro e Pinto ilustrou o dilema estratégico da esquerda: a união em torno do candidato mais viável ou a afirmação de diferentes projetos políticos. A divergência sobre os limites dos poderes presidenciais marcou a principal diferença de fundo entre uma abordagem mais institucional, defendida por Seguro, e uma mais interventiva, proposta por Pinto.

A controvérsia em torno de José Sócrates testou a capacidade de Gouveia e Melo de manter a sua imagem de candidato independente.

O episódio revelou a persistente toxicidade política associada ao nome do ex-primeiro-ministro e sublinhou os desafios que uma candidatura fora das estruturas partidárias tradicionais enfrenta no escrutínio público.

O debate sobre a reforma laboral tornou-se um claro diferenciador entre os candidatos presidenciais, testando as suas visões sobre o futuro da economia e do trabalho em Portugal.

A forma como cada um se posiciona perante a greve geral e o papel que atribuem à concertação social serão cruciais para definir o seu perfil junto do eleitorado, dado que a promulgação ou veto desta lei será uma das primeiras grandes decisões do próximo Presidente.