Briefing: Presidenciais 2026

Henrique Gouveia e Melo está a construir um perfil de candidato institucionalista e moderado, rejeitando o populismo, defendendo a imigração como benéfica para o país e inspirando-se em figuras históricas consensuais como Mário Soares para capturar o eleitorado do centro político.

A campanha de António Filipe está firmemente ancorada na tradição política do PCP, com uma aposta na defesa da Constituição como pilar central e um apelo à união da esquerda sob a sua liderança para fazer frente à direita e à extrema-direita.

A estratégia de André Ventura assenta na confrontação direta com o establishment político, personificado por Marcelo Rebelo de Sousa, utilizando a questão da imigração e um discurso populista para se demarcar dos restantes candidatos e solidificar o seu eleitorado.

A estratégia de António José Seguro consiste em construir uma candidatura de base ampla, que apela a um eleitorado progressista e moderado para além do PS, ao mesmo tempo que assegura o apoio formal e crucial do seu partido para viabilizar a sua corrida a Belém.

Ao promulgar a Lei dos Estrangeiros, Marcelo Rebelo de Sousa encerrou um complexo processo legislativo, mas, ao mesmo tempo, intensificou o debate presidencial, consolidando a imigração como um dos temas fraturantes e centrais da campanha eleitoral.

A pré-campanha presidencial já se encontra numa fase de confronto, com os candidatos a utilizarem declarações fortes para se demarcarem e definirem os temas centrais do debate, como a integridade do cargo e a oposição ao populismo.

A crítica de António Costa ao papel histórico dos Presidentes da República introduziu um debate sistémico na campanha, forçando uma reflexão sobre se o modelo de eleição direta e os poderes do Presidente têm servido a estabilidade política do país.

Ao indicar 18 de janeiro como a data mais provável para as eleições, Marcelo Rebelo de Sousa oferece previsibilidade ao processo eleitoral, permitindo que os candidatos estruturem as suas campanhas de forma definitiva e dando o tiro de partida para a fase mais intensa da corrida presidencial.

A nomeação de Rui Moreira como mandatário nacional é um movimento tático fundamental na campanha de Luís Marques Mendes, procurando projetar uma imagem de candidato consensual, com forte apoio no Norte e capacidade de atrair eleitores para além do seu partido de origem.

Os primeiros dados de sondagem mostram uma corrida presidencial competitiva, com Gouveia e Melo a partir na frente, mas com Marques Mendes muito próximo, antecipando uma disputa renhida. O cenário fragmentado com quatro candidatos fortes torna uma segunda volta altamente provável.