Briefing: Presidenciais 2026

O debate entre Seguro e Pinto revelou a profunda divisão estratégica na esquerda. Enquanto Seguro aposta na unificação em torno da sua candidatura para garantir uma presença na segunda volta, Pinto defende uma posição de maior confronto com a direita, incluindo o uso do poder de dissolução, assegurando que não desistirá da corrida.

A reação veemente de Henrique Gouveia e Melo ao apoio de José Sócrates constitui um momento definidor da sua campanha, sublinhando a sua tentativa de se distanciar de figuras polémicas do passado político para preservar uma imagem de candidato independente e evitar o desgaste associado ao socratismo.

A mais recente sondagem revela uma corrida presidencial renhida e imprevisível, com três candidatos em empate técnico e um elevado número de indecisos.

O cenário aponta para uma provável segunda volta, cujo desfecho dependerá da capacidade dos candidatos de mobilizarem o eleitorado nas próximas semanas.

O debate entre Mendes e Ventura cristalizou as suas posições como candidatos do sistema e anti-sistema, respetivamente.

Enquanto Mendes propôs soluções institucionais para a corrupção, Ventura apostou num discurso de rutura, num confronto tenso que privilegiou o ataque pessoal em detrimento da apresentação detalhada de propostas para a Presidência.

A ameaça de Jorge Pinto de dissolver o Parlamento em caso de uma revisão constitucional imposta pela direita tornou-se um dos temas centrais da sua campanha. Esta posição demarca-o dos outros candidatos e sublinha a sua visão de um Presidente interventivo, disposto a usar os seus poderes máximos para defender o atual enquadramento constitucional.

O frente a frente entre Martins e Ventura foi a expressão máxima da polarização na política portuguesa.

O debate serviu mais para reforçar as convicções dos eleitores de cada campo do que para esclarecer as suas visões para a Presidência, com os ataques pessoais e as acusações a dominarem a discussão.

A reforma laboral tornou-se um campo de batalha ideológico na campanha presidencial, com os candidatos a utilizarem as suas posições para se diferenciarem e apelarem a diferentes segmentos do eleitorado. A oposição da esquerda é clara, com promessas de veto, enquanto outros candidatos adotam uma postura mais cautelosa, num debate que espelha as tensões sociais do país.

A nomeação de Carlos Alexandre para uma comissão no SNS dividiu os candidatos, com a direita a aplaudir a medida como um sinal de força no combate à corrupção e a esquerda a criticá-la como uma manobra de marketing político.

O debate reflete diferentes visões sobre a instrumentalização da justiça e a reforma do Estado.

A convenção do BE assinalou uma viragem estratégica, com a eleição de José Manuel Pureza e um discurso focado na autocrítica e na necessidade de união à esquerda. O partido procura reinventar-se para recuperar relevância política e fortalecer a candidatura de Catarina Martins num cenário de fragmentação do seu espaço político.

O debate entre Cotrim de Figueiredo e António Filipe foi um exercício de clarificação ideológica.

As visões opostas sobre o papel do Estado na economia e na sociedade foram evidentes, com pouca margem para compromisso, exceto no objetivo comum, mas com caminhos distintos, de melhorar os salários em Portugal.